Em 1978, os pesquisadores Pauline Rose Clance e Suzanne Imes criaram o termo síndrome do impostor ou síndrome do impostorismo. O termo aplica-se a pessoas que mesmo apresentando sinais de capacidade, de intelectualidade, de efetividade, apresentam inadequação e medo de ser exposto a avaliações ou de ser julgado como fraudes. Essas pessoas acreditam que o seu sucesso não é acontece por capacidade, mas por sorte ou outras questões. O fenômeno tem sido discutido uma vez que esse comportamento gera diversos sinais e sintomas negativos para a pessoa. Pessoas com a síndrome do impostor buscam feedback negativo, internalizando os positivos, caminhando para uma compreensão de que seus desempenhos não são bons por seu mérito, ou que não são tão bons assim.
A síndrome do impostor provoca recordações de insucessos quando algo dá errado. A pessoa constrói um dificuldade em aceitar o processo de crescimento e desenvolvimento, caminhando em direção ao perfeccionismo provocando diversos problemas de saúde, tais como: ansiedade, depressão afastamento social e dificuldade em lidar com perdas. Indubitavelmente, a vulnerabilidade psicológica causada pela síndrome do impostor, leva as pessoas ao desencontro com a felicidade. Pessoas quando acreditam em si e no que fazem, tem maior possibilidade de obter bem estar e satisfação. O fenômeno do impostor gera impacto significativo na qualidade de vida. Além disso, o medo do fracasso acaba limitando o potencial de crescimento e satisfação, prejudicando o desempenho.
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Autoconhecimento
Em todas as situações da vida se faz necessário caminhar na direção do autoconhecimento. Os profissionais de saúde devem ajudar usuários do serviço de saúde, provocando questões reflexivas sobre o autoconhecimento. O autoconhecimento sempre será o melhor caminho para sanar as dores da existência e os problemas constituídos durante a vida. A saúde mental é continuum, podendo estar em estádios de vulnerabilidade ou potencialidade ao longo da vida. Entre saúde e doença o que irá mudar nossas escolhas é o autoconhecimento. Na síndrome do impostor, o autoconhecimento é a maneira mais sólida de enfrentamento dos problemas.
“Conhece-te a ti mesmo”, frase atribuída ao filósofo Sócrates até hoje é o grande desafio da humanidade. Na síndrome do impostor, o autoconhecimento é diminuto. Uma vez que a pessoa possui conflito interno, não percebendo que sua baixa auto estima, consolida um comportamento de negação frente a conquista, melhoria de desempenho, vitórias pessoais e profissionais, etc. O autoconhecimento pode gerar alguns benefícios que pode superar a síndrome do impostor.
Vamos conhecer alguns desses benefícios podem ajudar frente a síndrome do impostor:
- Perceber como os fatos impactam nossos sentimentos e emoções;
- Perceber como as tarefas devem ser valorizadas;
- Descobrir nossa própria vocação, seja ela profissional ou pessoal;
- Afastar sentimento negativos de auto-julgamento;
- Diminuir o medo frente a acontecimentos, coisas e pessoas;
- Sentir mais confiança em si;
- Compreender os problemas sob uma nova ótica;
- Conhecer e entender melhor os outros;
- Respeitar os diferentes e evitar comparações;
- Valorizar as próprias competências e habilidades;
- Desenvolver o amor por si mesmo;
- Fortalecer a autoestima.
Estamos iniciando o ano e podemos buscar novas formas de viver. O autoconhecimento é sempre mais importante que todos os processos paliativos que possam existir. Atualmente a medicalização é um ato que nos afasta do autoconhecimento na maioria das vezes, pois alivia alguns sintomas e nos permanece congelados no detrimento de um desenvolvimento. Não estou aqui demonizando o uso de medicação, mas uma lógica que muito nos distancia do encontro com nós mesmos e do reconhecimento de quão belo e potente somos. Por isso, nesse novo ano, busque valorizar mais sua existência e ajude pessoas nesse encontro.
Referências bibliográficas:
- Almeida, Aline Carvalho de. Sou uma fraude (?): explicando a síndrome do impostor / Aline Carvalho de Almeida. – João Pessoa, 2020. 172 f
- Sequeira, C. Primeira ajuda em saúde mental: um contributo para uma sociedade mais saudável. SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. (Ed. port.), Ribeirão Preto, dez. 2021 17, (4), p. 4-6, . doi:10.11606/issn.1806-6976.smad.2021.000193.
- Soares, A.K.S.; Nascimento, E.F.do; Cavalcanti, T. M. Fenômeno do Impostor e Perfeccionismo: Avaliando o Papel Mediador da Autoestima. Estud. pesqui. psicol., Rio de Janeiro , v. 21, n. 1, p. 116-135, abr. 2021 . DOI: 10.12957/epp.2021.59373.