Artigo publicado no The Journal of Obstetrics and Gynaecology Research em setembro de 2022, por um grupo de autores da Faculty of Medicine, University of Toyama no Japão, avaliou a relação entre o uso antenatal de sulfato de magnésio (MgSO4) e a mineralização óssea neonatal.
Metodologia
Este estudo foi realizado no Hospital Universitário de Toyama, Japão. Foram incluídos neonatos nascidos com 28 semanas e 0 dias a 33 semanas e seis dias de gestação entre janeiro de 2013 e março de 2019 e admitidos na unidade de cuidados intensivos (UCI).
Os neonatos (n = 163) foram divididos em três grupos: grupo de administração de Mg de longo prazo (≥ 40 dias), grupo de administração de magnésio de curto prazo (<40 dias), e grupo não-magnésio. Cálcio sérico, fósforo, magnésio e fosfatase alcalina foram medidos semanalmente até 1 mês de idade e os valores da velocidade óssea do som (SOS) foram medidos por ultrassom quantitativo (QUS) em uma semana e um mês após o nascimento.
O uso prolongado de MgSO4 em algumas regiões do Japão é rotineiro como tratamento farmacológico na tocólise.
Resultados
No grupo de administração prolongada de magnésio, ao nascimento, os valores séricos de cálcio foram significativamente menores, e os valores séricos de fósforo, Mg e fosfatase alcalina foram significativamente maiores, quando comparado ao grupo não-Mg.
Embora essas diferenças bioquímicas tenham desaparecido por volta de 2 semanas de idade, os valores SOS do grupo de administração de magnésio a longo prazo foram significativamente menores do que os do grupo sem magnésio, tanto em uma semana quanto em um mês após o nascimento (p = 0,02 e <0,001, respectivamente).
Quando utilizado o percentil 10 dos valores de SOS em um mês após o nascimento no grupo não-magnésio como definição para mineralização óssea pobre, o valor de corte para a duração da administração pré-natal de MgSO4 foi de 67 dias.
Leia também: Como abordar gravidez em mulheres mais velhas?
Conclusões
O fato de o MgSO4 administrado à mãe ser transferido para o feto através da placenta, podem ser observados vários efeitos adversos do magnésio no metabolismo ósseo em recém-nascidos. Sabe-se que o magnésio atua de forma antagônica sobre o cálcio (Ca) e, sob hipermagnesemia, suprimindo a produção do paratormônio que é um fator importante para a regulação do cálcio.
A administração pré-natal de MgSO4 a longo prazo afeta a mineralização óssea durante o período neonatal precoce, mas a duração clinicamente aceitável da administração com base em seus efeitos da mineralização óssea avaliada com QUS pode ser maior do que algumas semanas.