Um artigo de revisão publicado recentemente no periódico European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology teve como objetivo avaliar se a perda de peso em mulheres com obesidade está associada com a regressão da hiperplasia endometrial. 

A obesidade é um importante fator de risco para HE, assim, as diretrizes de tratamento para mulheres com HE recomendam perda de peso em pessoas com obesidade. A perda de peso reduz os níveis circulantes de estrogênio e insulina e a expressão de proteínas inflamatórias. Assim, é plausível que a redução de peso pode ter um efeito benéfico na regressão da EH. Entretanto, atualmente, não há diretrizes que descrevam uma abordagem baseada em evidências à perda de peso em pacientes com HE. 

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Metodologia 

Trata-se de uma revisão sistemática realizada através de uma busca nas plataformas Medline, PubMed, Embase e na Biblioteca Cochrane, realizada em janeiro de 2022. Foram incluídos estudos que relatam mulheres com HE que foram submetidas a intervenções para perda de peso, incorporando comparações da histologia pré e pós-intervenção. Os estudos foram limitados àqueles publicados em inglês com texto completo disponível. Seis estudos atenderam aos critérios de inclusão, todos os quais relataram resultados após cirurgia bariátrica. Três estudos relataram resultados para o mesmo grupo de participantes, portanto, apenas um conjunto de resultados foi incluído. 

Resultados 

Todos os estudos incluídos foram estudos de coorte prospectiva, unicêntricos (dois dos Estados Unidos, um da Romenia e um dos Estados Unidos/Reino Unido) e de mulheres submetidas à cirurgia bariátrica. Os estudos foram publicados entre 2013 e 2019 e abrangeram períodos de estudo entre 2011 e 2019, e nenhum incluiu um grupo de controle não cirúrgico. 

Resultados da biópsia endometrial pré-operatória de 167 mulheres estavam disponíveis e 81 delas tiveram biópsias pós-operatórias. Dezenove mulheres (11,4%) apresentaram HE no pré-operatório; 17 foram submetidas a amostragem repetida no pós-operatório. Doze (71%) mulheres dessas com HE apresentaram resolução histológica completa, 1 (6%) teve regressão parcial de hiperplasia complexa para hiperplasia simples, 1 (6%) apresentou hiperplasia atípica persistente e 3 (18%) apresentaram hiperplasia simples persistente.  

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Conclusões 

Devido à má qualidade e à escassez geral de dados, o papel da perda de peso no tratamento primário ou adjuvante da hiperplasia endometrial é desconhecido. Estudos futuros deverão avaliar prospectivamente as modalidades e metas de perda de peso, bem como o uso de terapias concomitantes

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