A radiografia de bacia é suficiente para medir dismetria após ATQ?

Um estudo com o objetivo de determinar se o estudo radiológico EOS pode gerar uma medida mais reprodutível de discrepância entre membros. 

A discrepância de comprimento de membros inferiores é uma situação comum nos pós-operatórios de artroplastias totais de quadril, podendo ocorrer em cerca de 32% dos pacientes levando à marcha anormal, lombalgia e insatisfação do paciente. Muitas das vezes é causada pela falta de planejamento pré-operatório, podendo também estar associadas à falha de técnica operatória. 

A medida pode ser realizada clínica ou radiologicamente e a técnica convencional tem sido historicamente uma radiografia pélvica anteroposterior sem sustentação de peso (sem carga). No entanto, essa medida não captura muitas fontes potenciais de discrepância entre membros. 

Foi publicado neste mês, na revista Bone and Joint Open, um estudo com o objetivo de determinar se o estudo radiológico EOS (que funciona como uma radiografia biplanar) pode gerar uma medida mais reprodutível de discrepância entre membros. 

Embora a artroscopia de quadril seja preferível à cirurgia aberta, o momento ideal para indicação de tal intervenção permanece um desafio.

Métodos 

Ao todo, 93 pacientes de um hospital australiano que foram submetidos a ATQ receberam uma varredura EOS pré-operatória padronizada, uma radiografia anteroposterior (AP) e avaliação clínica para discrepância entre membros inferiores. Ao todo, foram 13 medições tomadas ao longo dos eixos anatômico e funcional e medidas duas vezes por um ortopedista e um engenheiro de planejamento cirúrgico para calcular a reprodutibilidade e correlações intra-operador entre as medições. 

Resultados 

Fortes correlações foram observadas para todas as medidas de EOS (r > 0,9). A correlação mais forte com radiografia AP (linha inter-gota) foi observada para a medida espinha ilíaca antero-suoerior (EIAS)-para-piso(funcional) (r= 0,57), mesmo assim, muito mais fraca do que as correlações entre as medidas de EOS.  

As medições de EIAS-para- tornozelo exibiram uma alta correlação com outras medições lineares e o maior ICC (r= 0,97). Usando a espinha ilíaca ântero-superior (EIAS) para tornozelo, 33% dos pacientes tinham uma discrepância absoluta superior a 10 mm, o que foi estatisticamente diferente da medição inter-lágrima (p < 0,005). 

Conclusões 

O trabalho concluiu que a medição convencional de discrepância de membros na radiografia pélvica AP não se correlaciona bem com medições panorâmicas de membros inferiores e pode não fornecer uma verdadeira apreciação das medidas. 

Medida de EIAS-para-tornozelo demonstrou detecção melhorada de potencial dismetria comparada com outros EOS ou radiografias. 

Leia também: Cirurgia associada a uso de bifosfonatos é bom tratamento para fraturas de fêmur?

Mensagem prática

Nesse sentido, métodos de imagem funcionais de comprimento total podem se tornar o novo padrão-ouro para medir dismetria.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Hardwick-Morris M, Wigmore E, Twiggs J, Miles B, Jones CW, Yates PJ. Leg length discrepancy assessment in total hip arthroplasty: is a pelvic radiograph sufficient? Bone Jt Open. 2022 Dec;3(12):960-968. doi: 10.1302/2633-1462.312.BJO-2022-0146.R1. PMID: 36510730. 

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