AAP 2022: Estudo analisa equidade da asma e determinantes sociais da saúde

Índice tem como base a população de asma grave recentemente atendida no departamento de emergência (DE) de um hospital em San Diego, EUA.

Em coletiva de imprensa durante o AAP Experience 2022, Keri Carstairs, médica do Rady Children’s Hospital San Diego, mostrou resultados do estudo Creating a System to Identify Social Determinants of Health and Achieve Equitable Health Outcomes for Children with Asthma, em que atuou como autora principal. O Rady Children’s Health Network (RCHN) recebeu uma doação destinada a desenvolver um “Índice de Equidade em Saúde da Asma” (Asthma Health Equity Index) para redefinir como são capturados e exibidos dados que atendam as necessidades de uma abordagem padronizada com o objetivo de medir e rastrear estratégias de melhorias relacionadas à equidade em saúde.

asma infantil

Métodos

O hospital pilotou esse índice na população de asma grave recentemente atendida em seu departamento de emergência (DE). Muitas das crianças recebidas no setor vivem em bairros com desigualdades relacionadas à pobreza, qualidade do ar e fatores socioeconômicos e culturais. Os pacientes são principalmente hispânicos (56,1%). O índice estratifica dados do DE, dados demográficos e Determinantes Sociais da Saúde (Social Determinants of Health – SDOH) para identificar lacunas e intervenções com a crença compartilhada de que as disparidades representam danos evitáveis e trabalham para identificar processos e estruturas sistêmicos que promovem disparidades.

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Para testar o índice, a Dra. Carstairs e sua equipe direcionaram as crianças com asma mal controlada que haviam sido recentemente atendidas no DE para contato telefônico feito por um coordenador de atendimento ao paciente, com o objetivo de identificar disparidades por meio de determinantes sociais de triagem de saúde para insegurança alimentar, moradia, transporte e uso de tabaco e, ao mesmo tempo, garantindo acompanhamento adequado e educação em asma para as famílias.

Resultados

Os pesquisadores observaram que raça e etnia foram fortemente associadas à insegurança alimentar (p<0,01), moradia instável (p<0,01)  e uso de tabaco (p<0,01). O idioma diferente do inglês foi fortemente associado à insegurança alimentar (p <0,001), habitação instável (p <0,001) e também a problemas de transporte (p=0,05).  Negros e outros foram 3 a 5 vezes mais propensos a habitação instável (p <0,001).

Os pacientes de origem hispânica eram três vezes mais propensos a apresentar insegurança alimentar (<0,001) e problemas de transporte (<0,001). Já os negros foram duas vezes mais propensos ao uso de tabaco/exposição ao fumo (<0,001). Os pacientes de língua espanhola tiveram 4,6 vezes mais chances de insegurança alimentar (<0,001) e duas vezes mais chances de moradia instável (<0,001) e transporte (0,03) quando comparados aos que falam a língua inglesa.

 

O estudo de Carstairs e colaboradores mostrou que o uso de um programa de informática permite a aplicação de uma lente de equidade para entender os determinantes sociais da saúde, identificar intervenções e acompanhar os desfechos em crianças que vivem com asma. Os autores observaram que as crianças que vivem com asma estavam em maior risco de SDOH se fossem hispânicas e fossem de famílias de língua espanhola. Destaca-se o fato de que o design é escalável para outras condições para identificar populações de alto risco e ajuda no desenvolvimento de ecossistemas comunitários para conexões de recursos.

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