Não é à toa que o mês escolhido para simbolizar a luta pelo incentivo à amamentação é denominado como dourado. Essa cor representa o padrão ouro do leite materno, o alimento de melhor qualidade para os primeiros meses de vida de uma criança. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde do Brasil recomendam o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida do bebê e, após isso, complementado até os dois anos ou mais, visto os inúmeros benefícios que a amamentação traz.
Importância da amamentação
O leite materno é considerado o alimento mais completo e econômico para os primeiros meses de vida porque garante nutrição, imunidade e redução da mortalidade infantil, além disso, é comprovado que desenvolve a inteligência da criança, diminui os índices de diarreia e infecções respiratórias, evita os riscos de doenças alérgicas, melhora a digestão e minimiza as cólicas, estimula a musculatura oral e o fortalece a dentição, reduz as chances de obesidade infantil e fortalece o vínculo materno.
São tantos benefícios que mesmo durante a pandemia de Covid-19 e em casos confirmados de contaminação da mãe, os riscos são superados e, por isso, a amamentação continua sendo recomendada, mas com alguns cuidados como o uso da máscara pela mulher e higienização das mãos.
O Brasil, ao longo dos últimos anos, desenvolveu algumas estratégias para promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. Em 1981, o país lançou o Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno e, em 2012, criou a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB). Quanto às instituições que apoiam a amamentação, computa-se que, no ano de 2021, o Brasil disponha de 301 Hospitais Amigos da Criança e 222 Bancos de Leite Humano (BLH) em seu território. Esse conjunto de ações trouxe importantes resultados que de acordo com o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), aponta que o índice nacional de aleitamento materno exclusivo aumentou de 2,9% (em 1986) para 45,7% (em 2020). Salienta-se que a meta global é que se atinja 50% de amamentação exclusiva até 2025 e 70% até 2030.
Saiba mais: Como orientar a amamentação para mulheres com Covid-19?
Para destacar a importância do aleitamento materno no mundo, em 1991, foi criada a Aliança Mundial para Ação de Aleitamento Materno (WABA, na sigla em inglês). A WABA é formada pelos seguintes pilares: Instruir a população sobre a importância da proteção do aleitamento materno (AM); Apoiar a amamentação; Articular-se com redes institucionais e não institucionais, a fim de garantir maior impacto na divulgação do AM; Reforçar ações para proteger o AM e melhorar a saúde pública.
Semana Mundial de Aleitamento Materno
Essas e outras ações de incentivo à amamentação asseguram a promoção e a proteção da vida. Por essa razão, a WABA criou uma campanha para incentivar a prática de amamentar, a Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM), comemorada em mais de 150 países na primeira semana de agosto. No ano de 2021, o tema escolhido foi: “Proteja a amamentação: uma responsabilidade compartilhada”. A opção de escolher essa temática é que esta está alinhada com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), além de dispor de quatro objetivos principais:
- Informar e conscientizar ainda mais a população sobre a importância da amamentação;
- Apoiar a amamentação como uma responsabilidade da saúde pública;
- Articular organizações e indivíduos de gerar um grande impacto;
- Potencializar as ações com a intenção de proteger o aleitamento com foco em melhorar a saúde coletiva.
Amamentar é a melhor maneira para iniciar a alimentação de um bebê e por isso é preciso incentivar, ainda mais, o ato de amamentar, por meio das redes de apoio, sejam elas o governo, a comunidade, familiares, amigos, profissionais da saúde e empregadores.
Leia também: Leite materno com anticorpos contra Covid-19 é produzido após lactantes serem vacinadas
Para comemorar a semana da amamentação, bem como todo o mês de agosto dourado, o Nursebook elaborou diversas ações para promover a amamentação e incentivar essa prática visando o bem estar de nossas crianças e seu desenvolvimento saudável.
Artigo produzido em parceria com Mariana Marins.
Referências bibliográficas:
- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Bases para a discussão da Política Nacional de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2017. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/bases_discussao_politica_aleitamento_materno.pdf. Acesso em: 31/07/2021
- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Estratégia Nacional para Promoção do Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável no Sistema Único de Saúde: manual de implementação / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015. Disponível em:https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategia_nacional_promocao_aleitamento_materno.pdf. Acesso em: 31/07/2021
- Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar- IBFAN- Opas destaca importância de participação de toda sociedade na promoção do aleitamento materno, em lançamento de campanha no Brasil. Disponível em: http://www.ibfan.org.br/site/noticias/opas-destaca-importancia-de-participacao-de-toda-sociedade-na-promocao-do-aleitamento-materno-em-lancamento-de-campanha-no-brasil.html. Acesso em: 31/07/2021
- Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar- IBFAN- Campanha Incentivar o Aleitamento Materno no Brasil. Disponível em: http://www.ibfan.org.br/site/noticias/campanha-incentiva-o-aleitamento-materno-no-brasil.html. Acesso em: 31/07/2021
- WABA, World Alliance for Breastfeeding Action. Disponível em: https://www.waba.org.my/news/portstrut.htm. Acesso em: 31/07/2021