Nos últimos dias tem sido noticiada na mídia a mudança nas características da água em diversos pontos do município do Rio de Janeiro. A água das torneiras e filtros tem saído com coloração turva, cheiro e odor desagradável.
Precisamos lembrar que esse tipo de água é imprópria para o consumo humano, portanto não deve ser bebida nem utilizada para preparo de alimento.
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Água com características diferentes
Nesse cenário, a atuação da enfermagem é de suma importância na orientação da população para prevenção de doenças.
O que devemos orientar?
- A água própria para o consumo dever incolor, inodoro, insípida – sem sabor e substâncias;
- Filtrar a água antes do consumo (beber, cozinhar, lavar o rosto e escovar os dentes);
- Consumir água mineral ou de fonte confiável.
Atenção! Alguns sinais e sintomas podem tornar-se ainda mais frequente na população neste momento podendo ou não estar relacionado ao consumo dessa água, sendo esses:
- Diarreia (aumento na frequência da evacuação e fezes amolecidas ou líquidas);
- Dor abdominal;
- Náuseas;
- Vômitos;
- Mal-estar;
- Febre;
Conhecido como doenças diarreicas agudas (DDA) o grupo de doenças infecciosas gastrointestinais caracterizadas por no mínimo três episódios de diarreia aguda em 24 horas, pode ou não estar associado a náusea, vômito, febre e dor abdominal normalmente são autolimitadas mas demandam cuidados.
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Como diagnosticar?
- Anamnese (atenção para o início dos sinais e sintomas, número de evacuações, presença de muco ou sangue nas fezes, ocorrência de febre, náuseas e/ou vômitos, presença de doenças crônicas e uso de medicação, identificar se há pessoas próximas com sintomas parecidos);
- Exame físico (atenção ao turgor cutâneo, presença de olhos fundos – sinais de desidratação, verificar sinais vitais, pesar paciente);
- Exames parasitológicos de fezes;
- Cultura de bactérias (coprocultura).
Como cuidar?
A partir da anamnese e exame físico deve-se instituir como cuidados de enfermagem:
- Manutenção da alimentação habitual (se não houver dificuldade de deglutir);
- Fracionar as refeições para melhor aceitação;
- Evitar alimentos que irrite o intestino como os ricos em gordura, fibras e cafeína, ovos, chocolate, e bebidas alcoólicas;
- Aumentar a ingestão de líquidos como água, água de coco e chás;
- Ingerir água ou bebida isotônica após as evacuações para prevenir a desidratação.
O Ministério da Saúde instituiu o quadro de manejo do paciente com diarreia no qual a avaliação e o plano de cuidado são organizados em três grupos (paciente sem sinais de desidratação, paciente com desidratação e com desidratação grave). Compartilho o quadro, neste link, que poderá ser apoiar as ações de enfermagem.
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Referências bibliográficas:
- Água sob suspeita: Casos de diarreia, gastroenterite e vômito mais que dobram em UPAS da Zona Oeste. O globo. 2019
- Brasil. Ministério da Saúde (BR). Manejo do Paciente com diarreia. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/manejo_paciente_diarreia_cartaz.pdf.
- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Acolhimento à demanda espontânea: queixas mais comuns na Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
- Brasil. Ministério da Saúde. Doenças diarreicas agudas (DDA): causas, sinais e sintomas, tratamento e prevenção.