A Secretaria Municipal de Saúde da cidade de São Paulo apresentou dados de casos de hepatite A que mostram uma tendência de alta em 2023. No ano passado como um todo foram registrados 145 casos, já este ano, até setembro, a cidade contabiliza 225 casos, 55% a mais, com uma morte.
De acordo com dados da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) de São Paulo, a maior parte da população afetada são homens entre 19 e 40 anos (67,5%).
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Histórico
Em 2017 e 2018 o município registrou os maiores números de casos desde 2007 (684 e 483, respectivamente). Isso gerou uma campanha de imunização para grupos de risco (gays, homens que fazem sexo com homens, travestis e pessoas trans) o que reduziu o número de casos para 160 no ano seguinte. Segundo a prefeitura, com as doses remanescentes dessa campanha, foi possível continuar a estratégia até abril de 2023.
Nos anos da pandemia de covid-19 (2020 e 2021) os números de casos permaneceram por volta de 60.
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Doença e imunização
Na maioria dos casos a hepatite A (hepatite infecciosa) tem curso benigno com os riscos aumentando com a idade, sua transmissão mais comum é por via fecal-oral, por meio de água e alimentos contaminados. Contudo, os casos de transmissão por contato íntimo vêm aumentando. Além do Brasil, surtos por essa via de transmissão já foram descritos em países como Itália, EUA, Japão e Inglaterra.
A vacinação contra a doença consta no Programa Nacional de Imunizações (PNI) desde 2014 e está disponível para crianças acima de 12 meses e menores de cinco anos.
Para grupos específicos (pessoas com hepatites crônicas, fibroses císticas, HIV/Aids e Trissomia), a vacina contra infecção pelo vírus A (HAV) também está disponível de forma gratuita pelo SUS nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIEs).
Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal.