Amiloidose: uma causa comum de IC FEP

Saiba quando suspeitar de amiloidose em pacientes com IC FEP e as opções mais eficazes e seguras de tratamento!

Este conteúdo foi produzido pela PEBMED em parceria com Pfizer de acordo com a Política Editorial e de Publicidade do Portal PEBMED.

Insuficiência cardíaca (IC) é uma doença com alta prevalência, em torno de 1-2% em adultos. Sua prevalência aumenta com a idade, podendo chegar a mais de 10% em pacientes com mais de 70 anos1.

Cerca de 50% desses pacientes são classificados como IC com fração de ejeção preservada (IC FEP)1.

Consideramos IC FEP quando o paciente tem a síndrome clínica de IC, com sintomas como dispneia aos esforços, dispneia paroxística noturna, edema de membros inferiores; e possuem um ecocardiograma com FE ≥ 50% com alterações estruturais, como aumento atrial e sinais de disfunção diastólica2.

Comparados com pacientes com IC com fração de ejeção reduzida (IC FER), pacientes com IC FEP são mais idosos e têm maior prevalência de sexo feminino, além de costumarem ter mais hipertensão arterial prévia (até 85%)2.

Diferente da IC FER, temos poucas medicações que têm mostrado redução de desfechos na IC FEP. Uma dificuldade observada em pacientes com IC FEP, é que nesse grupo encontramos pacientes muito heterogêneos, com patologias associadas.

Muitos podem ter algumas outras doenças de base que passam desapercebidas.

Um exemplo clássico disso é a amiloidose. Muito mais que uma doença rara, a amiloidose cardíaca é uma condição subdiagnosticada. Estima-se que exista um atraso de quase 2 anos no diagnóstico (entre início dos sintomas até o diagnóstico, passando por 5 profissionais diferentes)5.

Seria hoje uma causa relativamente comum e tratável de IC FEP, principalmente na usa forma ligada à transtirretina (ATTR)3. Estudos sugerem que até 13% dos pacientes internados com IC FEP (≥ 50%) e que tenham hipertrofia de VE (septo ≥ 12mm) podem ter aumento de captação cardíaca moderada a importante na cintilografia com pirofosfato, sugerindo a hipótese de amiloidose por transtirretina4.

Recordando conceitos, amiloidose é uma doença que cursa com depósito de agregados proteicos em vários órgãos, incluindo o coração2.

Os 2 tipos mais comuns são a Amiloidose AL – por cadeias leves – e a Amiloidose por transtirretina (ATTR – na forma selvagem / wild type ou na forma hereditária)5.

A transtirretina é uma proteína que transporta a tiroxina (T4) e retinol (vitamina A). Tem a forma de um tetrâmero. Quando dissociada em monômeros, esses podem se agregar, formando as proteínas amilóides, que poderão se depositar no coração, levando à amiloidose cardíaca2.

Esse poderia ser um foco terapêutico para evitar progressão da doença.

O trabalho ATTR-ACT6 testou a droga Tafamidis, randomizando 441 pacientes com cardiomiopatia amiloidótica por transtirretina para receber tafamidis ou placebo, e concluiu que é assim que ela atua5. O tafamidis se liga ao sítio de ligação da tiroxina da transtirretina com alta afinidade, e inibe a dissociação de tetrâmeros em monômeros, evitando assim a formação das proteínas amilóides6. O seu uso foi relacionado com redução de 30% do risco de morte por qualquer causa (p<0,001), e redução de 32% de hospitalização por causas cardiovasculares (p<0,001), além de reduzir piora da capacidade funcional e reduzir piora da qualidade de vida. Esses são desfechos clínicos importantes.

O momento ideal para início do tratamento é fundamental. Se iniciado na fase precoce da doença, pode evitar a progressão para formas mais avançadas6.

Na diretriz brasileira de IC de 20213, o uso do tafamidis tem recomendação classe I, nível de evidência B, para uso para esses pacientes com amiloidose cardíaca por transtirretina. A sociedade brasileira de cardiologia (SBC) reforçou essa indicação também em um posicionamento sobre o Diagnóstico e Tratamento da Amiloidose Cardíaca, de 20215. A elaboração desse posicionamento pela SBC nos mostra a importância dessa doença, num momento de atenção para o diagnóstico de Amiloidose

Por isso, devemos sempre considerar a hipótese de amiloidose, principalmente em pacientes idosos com IC FEP.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.
Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • 1. McDonagh TA, Metra M, Adamo M et al. 2021 ESC Guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure. European Heart Journal (2021) 00, 1-128.
  • 2. Braunwald Tratado de Doenças Cardiovasculares 11ª edição. Capítulo 77 - Cardiomiopatias dilatadas, restritivas e infiltrativas. Falk RH, Hershberger RE. Editora Elselvier.
  • 3. Marcondes-Braga FG, Moura LAZ, Issa VS, Vieira JL, Rohde LE, Simões MV, et al. Atualização de Tópicos Emergentes da Diretriz de Insuficiência Cardíaca – 2021. Arq Bras Cardiol. 2021;116(6):1174-1212.
  • 4. Wild-type transthyretin amyloidosis as a cause of heart failure with preserved ejection fraction. Eur Heart J. 2015;36(38):2585-94.
  • 5. Simões MV, et al. Posicionamento sobre Diagnóstico e Tratamento da Amiloidose Cardíaca – 2021. Arq Bras Cardiol. 2021; 117(3):561-598.
  • 6. Maurer MS, Schwartz JH, Gundapaneni B, et al. Tafamidis treatment for patients with transthyretin amyloid cardiomyopathy. N Engl J Med 2018;379:1007-16.