O medicamento biossimilar adalimumabe, composto por anticorpos monoclonais, será fornecido para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) a partir do próximo mês. A iniciativa acontece através de uma parceria entre o Instituto Butantan e a Sandoz, líder em remédios genéricos e biossimilares, que inclui a transferência de tecnologia do processo de fabricação do fármaco.
No dia 18 de novembro, as duas instituições fecharam um contrato com o Ministério da Saúde para o fornecimento de 398 mil unidades do medicamento ao SUS. A primeira entrega, composta por 177 mil seringas, será realizada no mês que vem. Já as demais unidades serão entregues até maio de 2023.
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“O adalimumabe é recomendado para o tratamento de enfermidades reumatológicas, como a artrite reumatoide, artrite psoriásica, espondiloartrite axial e espondilite anquilosante; dermatológicas, como psoríase e hidradenite supurativa; gastroenterológicas, como doença de Crohn, colite e retocolite ulcerativa”, detalhou o Butantan em nota enviada para a imprensa.
Plano de fornecimento
Para assegurar o tratamento dos pacientes com o biossimilar, o Ministério da Saúde traçou um plano de fornecimento baseado em designação aleatória em blocos estaduais para evitar privilégios de escolha ou condição clínica do paciente.
“Com isso, a expectativa é de que 30% da cota de atendimento da Rede-SUS receba a primeira remessa do medicamento produzido pelo Butantan”, pontuou o Instituto.
O fornecimento do adalimumabe acontece através do Desenvolvimento Produtivo (PDP), processo de transferência e absorção de tecnologia para a produção medicamentosa por empresas nacionais com o objetivo de ampliar o acesso a remédios considerados estratégicos para o SUS.
Transferência da tecnologia
A transferência de tecnologia da Sandoz para o Butantan vai permitir que a produção do adalimumabe seja realizada integralmente em território nacional, em fábrica própria do Instituto, acelerando a logística de distribuição nos estabelecimentos públicos de saúde. Cerca de 30 mil pessoas poderão ser beneficiadas anualmente pelo remédio.
“As principais vantagens deste acordo são a garantia de abastecimento, evitando o risco de interrupção do tratamento de pacientes com enfermidades crônicas; a estabilidade do preço, a aquisição de tecnologias e desenvolvimento de competências técnicas e a criação de empregos”, explicou o diretor de negócios do Butantan, Hubert Guarino.
Outras negociações
O Butantan tem outros acordos em processo de negociação para a produção de anticorpos monoclonais destinados a outras doenças, como leucemia, câncer de mama e doenças respiratórias.
*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal PEBMED.