Vivências como enfermeiro por Rafael Polakiewicz [Jornadas de Enfermagem]

Iniciei minha formação como enfermeiro em 2006 e foi no campo de estágio que tive meu primeiro encontro com o cuidado.

Quando era jovem, nunca tive muita certeza de qual profissão realmente eu queria seguir. Acredito que da classe social da qual eu emergi, qualquer oportunidade seria uma grande oportunidade. Fiz diversas tentativas começando a trabalhar aos 12 anos de idade. Trabalhei em diversos setores, lojas, imobiliária, descarregando caminhões entre outras atividades. Eu sabia que precisaria de uma formação de nível superior para melhorar minha condição econômica. Busquei o curso de Direito, iniciei a faculdade em 2004, mas após dois anos não pude continuar os estudos. A faculdade era privada e não possuía recursos para dar continuidade ao meu sonho de transformação de vida. Mas eu não desistir! Foi quando meu cunhando, me indicou fazer um curso de técnico de enfermagem. Em seu discurso algo me chamava atenção! principalmente quando dizia: não faltará emprego e poderá trabalhar no serviço noturno, tendo assim possibilidade de voltar para o curso Superior.

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Formação

Iniciei minha formação em 2006 e foi no campo de estágio, que tive meu primeiro encontro com o cuidado. Fui pra um hospital militar e lá havia uma paciente que poucos queriam realizar higiene, pelo odor fétido de sua patologia. Ao ver um senhora de mais ou menos 70 anos sem a adequada higiene, decidi assumir o cuidado. Nos dias de folga consegui uma autorização para visitá-la. A equipe permitia que mesmo em dias onde não estava em estágio curricular, que eu promovesse alguns cuidados. Esse processo foi me modificando! Ao acabar o curso, meu primeiro emprego foi no Hospital psiquiátrico. Embora fosse um ambiente de exclusão, este local foi a maior escola que tive na carreira. Trabalhava na clínica feminina e entre diversas mulheres com transtornos mentais graves, percebi que elas careciam de afeto e atenção, já eu, tinha como suprir essas faltas.

De uma certa forma, a assistência social me chamou atenção naquele momento. Pouco tempo depois já estava na Universidade Federal Fluminense e já não era no curso de Direito e sim no curso de bacharelado e licenciatura em enfermagem. Me apaixonei pela faculdade e foi lá que fiz meus melhores amigos, descobri milhares de possibilidades e construí uma formação sólida. Sabia que no futuro seria professor, pois me afeiçoava por matérias da educação. Logo após formado, já trabalhava na assistência e iniciava meus passos na docência. Percebi então a necessidade de fazer especialidade e assim, cursei pós-graduação e atenção psicossocial. Já com uma carreira iniciada na docência busquei o mestrado e voltei para Universidade Federal Fluminense e consegui escrever sobre um tema que envolvia Direito e Saúde. Talvez isso tenha acolhido uma perda do passado. Nesse período, trabalhei também em algumas comunidades do Rio, o que me acumulou muitas experiências.

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Após o término do Mestrado em ciências do cuidado em saúde, fui em busca do doutoramento e no momento, estou finalizando o curso no mesmo programa que fiz o mestrado. Em 2018 comecei a trabalhar na Pebmed-Apps. Aumentei minha produção com escritas para o portal Pebmed e para o APP Nursebook. Desde então, tenho experiências incríveis e posso levar conhecimento e experiência a diversos locais do Brasil, por meio da tecnologia. Entrevistas e podcasts foram realizados, onde aprendi muitas coisas. A verdade é que a enfermagem me deu tudo que tenho até aqui. Acredito que a enfermagem me fez aflorar um lado humanitário que até então desconhecia. Além de me fazer perceber o maior dos bens: o cuidado.

Crescimento

Aprendi nesse processo sobre as reais necessidades da existência, se tornando meu objetivo de vida, a fazer pessoas refletirem sobre o cuidado. Não só enfermeiros ou outros profissionais da classe, mas todas as pessoas que possam transformar suas vidas por meio do cuidado. É o que pretendo fazer daqui pra frente. Atingir o máximo de pessoas possível sobre um dos maiores sentidos da vida: Cuidar! Sobre isso, há uma frase que muito me acompanha nesse processo de descoberta: “Se você não vive pra cuidar, não serve pra viver”. Não vejo sentido em viver sem cuidar das pessoas, não percebê-las e não ser empático quanto ao sofrimento humano. E dessa forma, busco na docência ou com meus textos, chamar atenção para as diversas possibilidades de existir, de cuidar e de se cuidar. Meu Nome é Rafael e com muito orgulho posso dizer que sou ENFERMEIRO!

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