Celulite orbitária na infância

A suspeita de celulite orbitária é clínica e deve ser confirmada com a realização de exames de imagem, como TC e/ou RM.

Este conteúdo foi desenvolvido por médicos, com objetivo de orientar médicos, estudantes de medicina e profissionais de saúde em seu dia a dia profissional. Ele não deve ser utilizado por pessoas que não estejam nestes grupos citados, bem como suas condutas servem como orientações para tomadas de decisão por escolha médica.

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A celulite orbitária é uma infecção posterior ao septo orbital, que afeta os músculos extraoculares e a gordura da órbita sem atingir o globo ocular. Geralmente é secundária à sinusite frontal e etmoidal. Traumas oculares e infecção dentária também são causas possíveis. No que concerne à etiologia, o Staphylococcus aureuse os estreptococos são os agentes mais comuns.

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É mais frequente na faixa etária pediátrica principalmente nas crianças mais jovens. Apresenta sintomatologia semelhante à causada pela celulite periorbitária ou pré-septal como dor ocular, eritema e edema palpebral, mas tem maior gravidade e é menos comum. Contudo, diferentemente da celulite pré-septal, a orbitária pode cursar com proptose e oftalmoplegia com diplopia. A suspeita é clínica mas a tomografia computadorizada de crânio permite a confirmação diagnóstica.

Ademais, exige tratamento precoce a fim de evitar pior prognóstico e complicações como perda da visão, abscesso retro-orbitário, trombose do seio cavernoso e implicações intracranianas como meningite e abscesso cerebral. A antibioticoterapia inicialmente deve ser endovenosa com cobertura contra S.aureus, estreptococos e bacilos gram-negativos e a corticoterapia pode ser considerada, mas o seu uso é controverso, não devendo ser prescrita de rotina.

Abordagem Diagnóstica

A suspeita de celulite orbitária é clínica e deve ser confirmada com a realização de exames de imagem (tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética de órbitas e seios da face).

Indicações para exame de imagem: Proptose, limitação dos movimentos oculares, dor à movimentação ocular, diplopia, redução da acuidade visual, alterações dos reflexos pupilares, edema que se estende além das margens palpebrais, leucócitos > 10.000 células/micropoL, sinais e sintomas de envolvimento do sistema nervoso central (SNC), dificuldade para avaliação de acuidade visual (principalmente nas crianças < 1 ano de idade), ausência de melhora após 24-48 horas de tratamento com antibiótico endovenoso, avaliação para drenagem cirúrgica.

Outros exames: Hemocultura, hemograma completo , velocidade de hemossedimentação (VHS), proteína C-reativa (PCR) , cultura de secreção ocular (quando for realizada a drenagem cirúrgica).

Diagnóstico Diferencial

  • Celulite pré-septal ou periorbitária;
  • Mucormicose ou aspergilose envolvendo a órbita;
  • Doença inflamatória orbitária idiopática;
  • Trombose de seio cavernoso;
  • Neuroblastoma e demais tumores;
  • Conjuntivite;
  • Panoftalmite;
  • Doença de Graves.

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Acompanhamento

Todos os pacientes com suspeita de celulite orbitária devem ser hospitalizados para investigação e tratamento.

São indicadas avaliações oftalmológica e otorrinolaringológica.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
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