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A saúde do caixa deve ser uma das maiores preocupações do gestor de qualquer negócio, e não seria diferente com clínicas e consultórios. Fazer o raio-x das finanças da empresa é um exercício que deve ser repetido constantemente para diminuir o risco de descontrole, dívidas e, na pior das hipóteses, falência.
O fluxo de caixa nada mais é do que uma ferramenta de gestão financeira. Nele, registra-se periodicamente as contas a pagar e os valores a receber, calculando se o saldo é positivo ou negativo. Com essa informação em mente, será possível adotar ações em prol da saúde financeira do seu consultório, prevenindo problemas de endividamento e calculando a rentabilidade do negócio.
“Resumidamente, é ver o que você tem de receita disponível para que possa investir naquilo que precisa. O profissional de saúde que não se atentar a essas questões acabará misturando o dinheiro da empresa com o dinheiro pessoal, pagando coisas pessoais com dinheiro da empresa e vice-versa”, diz Cláudio Tosta, professor da IBE-FGV no MBA em Executivo em Saúde.
Essa ferramenta também permite que se preveja a situação das finanças da clínica no futuro, incluindo em quais momentos esses resultados positivos ou negativos ocorrerão.
Como avaliar o caixa de seu consultório ou clínica
“O ideal é que o fluxo de caixa seja atualizado e avaliado diariamente. Se não houver essa possibilidade, pelo menos que isso seja feito semanalmente. Não se deve alongar a frequência dessa atualização e avaliação”, recomenda o economista Sergio Dias.
Um fluxo de caixa atualizado frequentemente se torna uma ferramenta importante para prever a situação das finanças do seu negócio no futuro. Desta forma, caso você note que o caixa ficará negativo em determinado período, será possível tomar medidas corretivas para impedir ou atenuar essa situação. No entanto, quando não existe essa avaliação periódica, pode ser que apenas se descubra a situação negativa quando já não há mais tempo hábil para se tomar uma atitude corretiva – e o resultado pode ser perigoso.
A pessoa responsável por isso pode ser o próprio gestor do consultório ou um profissional capacitado – desde que haja conhecimento na área financeira e contábil. Felizmente, existem diversas ferramentas e aplicativos para controle de fluxo de caixa e de software de gestão financeira que facilitam essa tarefa. Essa matéria mostra alguns passos para descomplicar a gestão do caixa.
Dicas práticas para manter o caixa em dia
De acordo com Dias, é preciso fugir de algumas atitudes que podem causar desequilíbrio no fluxo de caixa da clínica ou consultório. Uma delas é misturar as contas pessoais com as do negócio – algo especialmente comum em pequenas empresas. Essa prática faz com que o fluxo de caixa acabe por não refletir as entradas e saídas do negócio, inviabilizando as análises.
“Outro erro é não fazer com que os pagamentos ocorram dentro do ciclo dos recebimentos. Isso irá desequilibrar o caixa e poderá fazer com que o empresário recorra a empréstimos para saldar seus compromissos”, aponta Dias.
A falta de conhecimento também pode ser uma grande inimiga da saúde financeira da clínica. “O que costuma desequilibrar esse fluxo de caixa é a falta de conhecimento, o descontrole, a utilização dos recursos sem a destinação correta. Hoje, existem inúmeras ferramentas na internet que possibilitam o acompanhamento, mas é necessário conversar com uma orientação contábil e financeira – um funcionário ou consultoria que entenda do assunto”, completa Tosta.
Nessas horas, é importante lembrar que os aspectos técnicos do consultório – o que inclui o atendimento aos pacientes – andam lado a lado de uma gestão eficiente. “Quando o profissional da saúde deixa em segundo plano as questões gerenciais, que incluem as administrativas e financeiras, prejudica o negócio, pois elas acabam interferindo negativamente na qualidade do atendimento”, conclui Dias.