Conheça o ensino híbrido: uma possibilidade do novo mundo

O ensino híbrido é uma abordagem pedagógica que até a pandemia estava em fase de exploração por grande universidades no mundo.

Com a chegada da pandemia, uma temática tem sido muito discutida: como será o ensino do futuro? Muitas possibilidades têm sido discutidas pensando em um mundo pós pandemia. Atualmente, com tantas incertezas, o ensino a distância foi incorporado à vida das pessoas de forma abrupta. Mas quando tudo isso passar (e esperamos que vá passar), estaremos à frente de novas formas de ensinar. O ensino híbrido pode ser uma dessas possibilidades, principalmente nos cursos da área da saúde, onde o contato presencial é essencial em muitas práticas de ensino. 

Mas afinal, o que é o ensino híbrido? porque o ensino híbrido tem sido cada vez mais tema de discussões no ambiente educacional. Vamos responder essas perguntas e compreender um pouco mais sobre o assunto.

ensino híbrido

O ensino híbrido

O ensino híbrido é uma abordagem pedagógica que até a pandemia estava em fase de exploração por grande universidades no mundo. No Brasil, era seminal. No entanto, com a chegada da pandemia e na perspectiva que parte do atual cenário se reproduza, ou seja, considerando a possibilidade de adaptar o cenário a distância associado com aulas presenciais, novamente começa-se a conversa sobre o ensino híbrido, principalmente pós-pandemia. 

O cenário atual mostrou os benefícios do ensino a distância, mas também mostrou que temos certa necessidade de interação pessoal. Além disso, na enfermagem e outros cursos da saúde, o contato direto com o paciente se faz muito importante, uma vez que a prática profissional necessita de tal condição.  A centralidade do conhecimento está no aluno e não no professor o que reforça um novo mundo onde a geração dita Y, se conecta de forma distintas das anteriores por meio da tecnologia.

Utilizando essa concepção o ensino híbrido valoriza a tecnologia e componente curricular fica disponível pelo aluno, não sendo necessário a presencialidade da aula. O aluno pode estudar a qualquer momento, em diferentes ambientes e outros espaços de conhecimento. Há uma modificação na rigidez de tempo do estudo, onde os horários de aula, promovem a necessidade de enquadramento do aluno. Os encontros presenciais seriam espaços organizados para a aplicação do conhecimento por meio de projetos, estudos de caso, construção de possibilidades de aplicação prática do conhecimento, observando sempre a participação ativa do aluno. A literatura considera a prática como “sala de aula invertida”. O estudo em plataformas digitais favorecem assim as práticas por meio da aprendizagem baseadas em problemas (Problem Based Learning), que aconteceriam de maneira presencial.

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Atuação do professor

O professor neste cenário torna-se um mediador do conhecimento e não mais fica em posição de transferidor do conhecimento. O aluno então usa métodos mais ativos no sentido de construir o conhecimento, compreendendo o saber como o alicerce emancipador. É bastante óbvio que as repercussões da pandemia vão mudar nossa relação com o ensino e com o trabalho. Principalmente por se tornar necessário uma maior independência do aluno. O momento presencial serviria para suprir as fragilidades do ensino a distância. A questão central em torno de como manter a qualidade do ensino. O próprio modelo afasta o tradicional professor que simplesmente não se renova e utiliza métodos nada inovadores de ensino. E aí que inicia uma nova lógica de educação, na qual professores deverão estar atentos.

Aulas tradicionais podem ser substituídas por animações, com conhecimento de cores e sons, apreciando o papel ativo do aluno, com abordagens criativas para temas já conhecidos pela ciência. O professor terá que se associar a tecnologia para que não fique obsoleto nessa nova forma de ensinar. As profissões de uma certa forma terão que ser reinventadas para que o ensino esteja na vida diária das pessoas em diversos locais. Quanto aos encontros, são espaços especiais onde o professor terá que se haver com formas criativas de discussões dos conteúdos. A construção de conhecimento nessa modalidade de ensino se faz necessariamente de forma ativa. Daí a necessidade do professor se atualizar e dominar recursos tecnológicos que o instrumentalizem para o futuro. Lembre-se que nessa modalidade de ensino o professor passa a ser um guia do conhecimento.

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Enfermagem e ensino híbrido

O ensino da enfermagem passa por diversas modificações, principalmente depois da pandemia. Há uma crítica muito grande ao ensino a distância, uma vez que a enfermagem é uma profissão que precisa do contato humano. O estudante pode ficar prejudicado em seu processo de ensino-aprendizado não tendo o toque terapêutico e contato direto com o paciente. Nesse sentido, o ensino híbrido poderia vir como solução para esse problema. Aulas presenciais seriam importantes para que o discente pudesse materializar as técnicas de cuidado frente ao paciente. Além do mais, o ambiente de cuidado, como o hospital é um local que o aluno necessita experimentar, com uma inserção proporcional ao seu nível de conhecimento. Ou seja, gradativamente o  aluno sob supervisão durante o curso vai melhorando suas técnicas e discutindo a teoria que pode ser realizada em ambiente virtual.

Na humanidade já experimentamos diversas vezes formas de ensinar que não são aquelas centradas na relação apenas presencial. Os próprios gregos com orientações Peripatéticas orientavam e faziam filósofos pensar sobre a vida na escola de Mileto.

No entanto, as aulas que no ensino híbrido serão por meio da tecnologia, os filósofos utilizavam a natureza como meio e contemplação, para que nos momentos presenciais fosse possível a construção e desconstrução do saber. Esperamos que essa modalidade possa ser cada vez mais adequada ao campo da saúde, que pode explorar a tecnologia apreciando seus benefícios e não dispensando o contato humano, visto no ensino a distância. Sendo assim, espera-se que novos estudos possam ser realizados sobre a aplicabilidade da maneira de ensinar na formação dos profissionais de enfermagem.

Referências bibliográficas

  • Arruda JS, Siqueira LMR de C. Metodologias Ativas, Ensino Híbrido e os Artefatos Digitais: sala de aula em tempos de pandemia. Rev. Pemo. 12º de novembro de 2020; 3 (1): e 314292.
  • Neto EB. O ensino híbrido: processo de ensino mediado por ferramentas tecnológicas. Ponto e Vírgula – PUC SP – No. 22 – Segundo Semestre de 2017 – p. 59-72
  • Souza TM, Chagas AM, Anjos RCAA. Ensino híbrido: Alternativa de personalização da aprendizagem. Revista Com Censo, ma 2019; 6 (1), p. 59-66.
  • Oliveira BO de. O ensino híbrido no Brasil após pandemia do covid-19 .Brazilian Journal of Development, Curitiba, Janeiro 2020; 7, (1), p. 918-932.

 

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