Vacina contra dengue: novas recomendações da OMS

Em novembro de 2017, a ANVISA, baseada em orientações preliminares do fabricante da vacina Dengvaxia, lançou uma nota dizendo que só quem já tinha tido dengue deveria ser vacinado. Recentemente, a OMS confirmou a orientação e recomendou que seja feito um teste sorológico antes da aplicação da vacina contra dengue.

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Em novembro de 2017, a ANVISA lançou uma nota dizendo que os efeitos da vacina contra dengue (Dengvaxia) em quem não havia tido a doença previamente eram incertos. Essa informação foi baseada em orientações preliminares do fabricante da vacina. Por isso, a ANVISA orientou que esse grupo de pessoas não fosse imunizado.

Recentemente, a OMS, confirmou a orientação e recomendou que seja feito um teste sorológico antes da aplicação da vacina. Segundo a OMS, a imunização deve ocorrer apenas quando há confirmação de que o paciente já foi exposto ao vírus. Um documento atualizado da OMS sobre a vacina contra a dengue será publicado em setembro de 2018.

As novas recomendações são:

  1.   Para os países que consideram a vacinação como parte de seu programa de controle da dengue, uma “estratégia de rastreamento pré-vacinal” seria a melhor opção, na qual apenas pessoas soropositivas para a dengue são vacinadas.
  2.  O teste sorológico convencional para IgG do vírus da dengue poderia ser usado para identificar pessoas que tiveram infecções prévias pela doença. A sensibilidade e especificidade do IgG ELISA da dengue devem ser avaliadas em um contexto local e dependerão da prevalência de outros flavivírus e do uso passado de vacinas contra estes (como as vacinas contra encefalite japonesa e febre amarela).
  3. Os testes diagnósticos rápidos atualmente disponíveis – apesar de sua menor sensibilidade e especificidade para detectar infecção passada por dengue do que o IgG ELISA – podem ser considerados em ambientes de alta transmissão até que melhores testes estejam disponíveis. Nesses locais com altos números de soropositivos, um teste com menor especificidade pode ser aceitável.
  4. Decisões sobre a implementação de uma estratégia de “triagem pré-vacinação” com os testes atualmente disponíveis exigirão uma avaliação cuidadosa no nível do país, incluindo a consideração da sensibilidade e especificidade dos testes disponíveis e das prioridades locais, epidemiologia da dengue, taxas de hospitalização por dengue específicas do país. e acessibilidade do CYD-TDV e testes de rastreio.

Vacina contra a dengue: o que você deve saber sobre as últimas evidências

Sobre a vacina Dengvaxia

Dengvaxia é a primeira vacina contra a dengue a ser licenciada. É uma vacina tetravalente recombinante da dengue desenvolvida pela Sanofi Pasteur , administrada em séries de 3 doses em um período de 0/6/12 meses. Foi autorizada pela primeira vez no México em dezembro de 2015.

 No Brasil, a vacina não é oferecida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), mas está disponível no estado do Paraná.  Atualmente, deve ser usada dentro da faixa etária indicada, que normalmente é de 9 a 45 anos de idade. A vacina da Sanofi é a única aprovada no Brasil, sendo indicada para imunização contra os 4 (quatro) subtipos do vírus da dengue. Para as pessoas que já tiveram dengue, o benefício do uso da vacina permanece favorável.

Referência:

* http://www.who.int/immunization/diseases/dengue/revised_SAGE_recommendations_dengue_vaccines_apr2018/en/

* https://g1.globo.com/bemestar/noticia/anvisa-recomenda-que-vacina-de-dengue-nao-seja-tomada-por-quem-nunca-teve-a-doenca.ghtml

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