ESC 2022: Diretriz sobre arritmias ventriculares e morte súbita

Diretriz apresentada no primeiro dia do ESC 2022 atualiza a anterior, de 2015.

Durante o congresso do ESC 2022 são lançadas quatro novas diretrizes. Uma delas é a de arritmias ventriculares e prevenção de morte súbita, que trouxe algumas novidades. 

Esta diretriz foi uma atualização da anterior, de 2015, e foi adaptada para facilitar seu uso na prática do dia a dia. Inicia-se com a avaliação diagnóstica do paciente, incluindo as indicações de quando utilizar testes provocativos e testes genéticos e quando avaliar familiares de primeiro grau de pacientes com doenças genéticas relacionadas as arritmias ventriculares. 

Foram incluídos fluxogramas sobre como avaliar pacientes sem doença cardíaca conhecida com uma primeira apresentação de arritmia ventricular em um contexto de cinco cenários possíveis. Além disso, também foram incluídas as indicações de CDI e como manejar pacientes com taquicardia ventricular complexa regular e com tempestade elétrica. 

A segunda parte da diretriz fala sobre o tratamento das arritmias em caso de doenças específicas, com as indicações de quando realizar exames de imagem, testes genéticos e ablação. 

esc 2022

Alguns pontos interessantes a serem destacados: 

  • Caso o paciente apresente quadro de taquicardia ventricular monomórfica sustentada (TVMS) bem tolerada, ou seja, sem instabilidade, o tratamento de primeira linha deve ser a cardioversão elétrica, desde que o risco relacionado a sedação seja baixo. Esta recomendação vem com como classe I de evidência. 
  • Se o paciente apresenta TVMS bem tolerada e tem doença cardíaca estrutural conhecida ou suspeita, pode-se considerar a procainamida (classe IIa) ou amiodarona (IIb). 
  • Na presença de doença coronária, quando o paciente apresenta TVMS sintomática e recorrente ou múltiplos choques de CDI apesar do uso crônico de amiodarona, prefere-se a ablação em relação a uso de outros antiarrítmicos (classe I). 
  • Em pacientes com extra-sistoles ventriculares ou taquicardia ventricular (TV) idiopática ou relacionada a cardiomiopatias, que sejam sintomáticas, recomenda-se ablação com cateter como primeira linha de tratamento caso a arritmia tenha origem na via de saída do ventrículo direito ou nos fascículos do ramo esquerdo (Classe I). Caso a origem dessa arritmia seja qualquer outro local, recomenda-se beta-bloqueadores ou bloqueadores de canal de cálcio (Classe I). 
  • Pacientes com cardiomiopatia hipertrófica também deve realizar ressonância cardíaca, aconselhamento e testes genéticos, assim como seus familiares de primeiro grau devem ser rastreados com ECG e Ecocardiograma (classe I). CDI nesses casos está indicado para maiores de 16 anos, com risco de morte súbita intermediário (4 a 6%) e com um dos seguintes: realce tardio pelo gadolínio 15% da massa do VE, fração de ejeção < 50%, alteração da resposta pressórica no teste de esforço, aneurisma do ápice do VE ou presença de mutação sarcomérica (classe IIa). Nesses pacientes CDI pode ser considerado em caso de TVMS bem tolerada (classe IIa). 

A diretriz também traz recomendações especificas em relação a doenças mais raras e algumas mudanças nos níveis de evidência em relação as recomendações da diretriz anterior. 

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • https://doi.org/10.1093/eurheartj/ehac244

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