ESC 2023: Há benefício tratar FA com ablação em pacientes com IC avançada?

O estudo CASTLE-HTx, apresentado neste ESC, avalia a melhor abordagem dessa população, geralmente excluída dos grandes estudos.

Pacientes com insuficiência cardíaca (IC) e fibrilação atrial (FA) sintomática têm benefício de realizar ablação da FA, porém a maioria dos pacientes com IC avançada, com indicação de transplante cardíaco, geralmente são excluídos dos grandes estudos. Como há dúvidas sobre a melhor abordagem dessa população, foi realizado o estudo CASTLE-HTx, apresentado neste congresso da European Society of Cardiology.

Foi estudo que avaliou se a ablação da FA é superior ao tratamento clínico otimizado em relação a mortalidade e necessidade de transplante cardíaco ou implante de dispositivos de assistência ventricular (DAV) de urgência.

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Métodos do estudo

Foi estudo unicêntrico e aberto, realizado em centro de referência para transplante, que incluiu pacientes com FA sintomática e IC avançada, elegíveis para transplante cardíaco. Os pacientes tinham classe funcional (CF) da NYHA de II, III ou IV, fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) de 35% ou menos e dispositivo para monitorizar o ritmo continuamente.

A randomização foi para procedimento de ablação por cateter ou tratamento medicamentoso para controle de ritmo ou frequência e os dois grupos receberam tratamento para IC. O desfecho primário foi composto por mortalidade por todas as causas, piora da IC com necessidade de transplante de urgência ou implante de DAV.

Resultados

Foram incluídos 194 paciente com idade média de 64 anos e 19% do sexo feminino. A maioria estava em CF III ou IV e quase metade usava amiodarona. O estudo foi interrompido em um ano por eficácia da ablação no grupo intervenção: o desfecho primário ocorreu em oito pacientes (8,2%) no grupo ablação e 29 (29,9%) no grupo controle, com redução de risco de 76% (HR 0,24; IC95% 0,11 – 0,52, p < 0,001), às custas de mortalidade por todas as causas (HR 0,09; IC95% 0,01-0,70) e, dentre essas, a mortalidade cardiovascular foi a mais importante. O grupo intervenção também teve melhora da FEVE e menos transplantes ou implante de DAV de urgência.

Comentários e conclusão

Esse estudo mostrou grande benefício da ablação da FA comparado ao tratamento medicamentoso em pacientes com IC avançada e deve trazer mudanças para a prática clínica. Importante reforçar que a melhora não é suficiente para retirar o paciente da fila de transplante, porém pode ser que este possa ser adiado.

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