ESPGHAN 2023: Terapia biológica dupla na DII pediátrica se mostrou segura

Um estudo avaliou a segurança e eficácia do uso combinado de imunobiológicos em pacientes pediátricos com DII refratária.

No dia 19 de maio comemora-se o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal (DII), uma condição clínica inflamatória que acomete o trato gastrointestinal (TGI), apresentando-se como doença de Crohn (DC) ou colite ulcerativa (CU). Diversas terapias são utilizadas para controle da doença, como imunossupressores, corticoides e imunobiológicos em fases distisntas da doença.  No entanto cada vez mais têm-se notado o crescente desafio em manejo dos pacientes pela complexidade dos casos e pela refratariedade aos tratamentos estabelecidos, especialmente em pediatria.  

No 55th Annual Meeting of European Society for Paediatric Gastroenterology Hepatology and Nutrition (ESPGHAN 23), gastroenterologistas pediátricos do Catar realizaram um estudo para avaliar a segurança e eficácia do uso combinado de imunobiológicos em pacientes pediátricos com DII refratária.  

Métodos

Para isso, realizaram um desenho de estudo retrospectivo avaliando dados de pacientes entre outubro de 2018 a abril de 2022 na Sidra Medicine, que fizeram uso de terapia biológica combinada por pelo menos dois meses. 

Resultados 

Dentre os resultados obtidos por Abbas e colaboradores temos: 

  • Foram identificados um total de 14 pacientes que receberam terapia biológica dupla; 
  • Três pacientes foram excluídos porque receberam terapia biológica dupla por menos de dois meses e 11 pacientes foram incluídos. 
  • Todos os 11 pacientes tinham DC
  • Sete pacientes (63%) eram do sexo masculino, a idade média no início da terapia combinada foi de 15,1 anos (IQR 13,9 a 17,4)  
  • Os pacientes estavam recebendo o primeiro biológico por uma média de 20,3 meses (IQR 13,0 a 32,3) antes da adição do segundo biológico. 
  •  As razões para a terapia biológica dupla incluíram doença ativa, falha da terapia biológica única e desenvolvimento de complicações. 
  •  Após um acompanhamento médio de 5,2 meses (IQR 2,9-5,5), o PCDAI mediano reduziu significativamente de 22,5 (IQR 16,75-30) para 5 (1,25-13,75) {P<0,001}. 
  • Calprotectina fecal mediana reduzida de 1534 mcg/g (1361-1612) para 489 mcg/g (379-658) {P<0,001}.
  • Nenhum evento adverso foi observado. 

Conclusão e mensagem prática 

Apesar da pequena amostra, o grupo evidenciou que terapia biológica dupla foi associada a melhorias clínicas e de biomarcadores em pacientes com DC que tinham anteriormente falhado, pelo menos uma única terapia biológica sem apresentar efeitos adversos nos encoraja a avaliar a possibilidade de associação frente a pacientes com falha terapêutica sustentada.

Confira aqui a cobertura completa do ESPGHAN 2023!

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