Estamos tratando pneumonia corretamente?

Um estudo publicado no New England Journal of Medicine (NEJM) avaliou o uso de monoterapia versus terapia combinada para o tratamento de pneumonia adquirida na comunidade (PAC) em pacientes que não precisavam de terapia intensiva. Especificamente foram comparadas uso de beta-lactamico em monoterapia versus associação com macrolideo ou fuloroquinolona em monoterapia. O resultado apontou para uma …

250-BANNER5Um estudo publicado no New England Journal of Medicine (NEJM) avaliou o uso de monoterapia versus terapia combinada para o tratamento de pneumonia adquirida na comunidade (PAC) em pacientes que não precisavam de terapia intensiva.

Especificamente foram comparadas uso de beta-lactamico em monoterapia versus associação com macrolideo ou fuloroquinolona em monoterapia. O resultado apontou para uma redução de da mortalidade por qualquer causa nos primeiros 90 dias.

A estratégia empírica de monoterapia com beta-lactâmico foi considerada tão boa quanto terapia de associação ou o uso de quinolonas respiratórias.

O tratamento de PAC continua sendo uns dos principais assuntos em todo mundo, visto que se trata de uma patologia que causa hospitalização e morte  em um grande grupo populacional. Apenas no Brasil, 2 milhões de casos ocorrem todos os anos ocasionando 33 mil mortes, acometendo principalmente grupos populacionais extremos como idosos e crianças.

O guideline Americano de tratamento de PAC recomenda que seja utilizado terapia conjunta com beta-lactamico e Macrolideo ou fluorquinolona sozinha para todos os pacientes.

Segundo a diretriz de tratamento de PAC da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), o uso de terapias combinadas ou quinolonas respiratórias devem ser reservados para casos graves e com choque. Sendo as principais recomendações:

  • A terapia combinada não é superior à monoterapia em pacientes de baixo risco (Evidência B).
  • A terapia combinada deve ser recomendada para pacientes com PAC grave, sobretudo na presença de bacteremia, insuficiência respiratória ou choque (Evidência B).
  • A terapia com dois antibióticos eficazes reduz a mortalidade na pneumonia pneumocócica bacterêmica em comparação à monoterapia (Evidência B).

Outras regiões do mundo, como o Reino Unido e Canadá, adotam condutas similares as indicadas pela SBPT. Esses países recomendam o uso deste tipo de terapia apenas para os casos moderados a grave.

Os Estados Unidos comumente possuem uma predileção para prescrição de esquemas antibióticos mais agressivos. Isso decorre fundamentalmente da cultura médica aplicada, assim como a seleção de bactérias resistentes que ocorre há anos. Um ciclo que só aumenta.

A pesquisa no NEJM foi produzida por um grupo de pesquisadores holandeses e permitia aos pesquisadores trocarem o esquema terapêutico caso necessário. O tempo médio de uso das estratégias foram de tratamentos de 6 dias, com os 3 primeiros dias de terapia venosa.

Os resultados da monoterapia foram muito similares aos outros aplicados. Dessa maneira os pesquisadores recomendaram que a inclusão de macrolídeos deve ser reavaliada antes de indicada para os casos de PAC sem necessidade de UTI.

 

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Referencias:

Postma DF et al. Antibiotic treatment strategies for community-acquired pneumonia in adults. N Engl J Med 2015 Apr 2; 372:1312.

Single Antibiotic as Good as Combination for Pneumonia. Medscape. Apr 02, 2015.

Diretrizes brasileiras para pneumonia adquirida na comunidade em adultos imunocompetentes – Ricardo de Amorim Corrêa, Fernando Luiz Cavalcanti Lundgren, Jorge Luiz Pereira-Silva, Rodney Luiz Frare e Silva (editores)

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