Estudo mostra melhora da função sexual após cirurgia bariátrica

Um estudo analisou as mudanças no comportamento sexual de 62 mulheres com obesidade que fizeram cirurgia bariátrica. Veja o que mudou:

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A obesidade se tornou altamente prevalente em todo o mundo. Estima-se que aproximadamente 60% da população será obesa ou terá sobrepeso até 2030. A concomitância de outras doenças e os potenciais prejuízos à saúde física e psicológica relacionadas à obesidade podem contribuir para disfunção sexual em homens e mulheres.

Um estudo realizado por pesquisadores brasileiros da Bahia e Ceará analisou as mudanças no comportamento sexual de 62 mulheres heterossexuais, obesas, sexualmente ativas, que foram submetidas ao bypass gástrico em Y de Roux entre abril de 2015 e abril de 2016. A média de idade das participantes foi 36,8 +- 9,5 anos. Houve redução do IMC de 42+- 3,9 antes da cirurgia para 30,7 +- 5,4 após a cirurgia.

A avaliação da função sexual foi realizada por meio de questionário validado, antes e seis meses após a cirurgia. Foi utilizado também um instrumento não validado, originalmente usado para avaliação da função sexual após artroplastia de quadril, que consistia em um quadro com representações de posições sexuais, para avaliar a frequência das posições adotadas.

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Antes da cirurgia, foi identificada disfunção sexual em 62% das pacientes. Após seis meses da cirurgia, esse número caiu para 19%. Foi reportado aumento significativo do desejo sexual (16,7%), do nível de excitação (25%), da lubrificação vaginal (17%), número de orgasmos (29,4%), satisfação sexual (33,3%) e melhora da dispareunia em 8,3% das mulheres. Também foi observada uma maior variedade nas posições sexuais após a cirurgia. Os aumentos mais substanciais foram observados em mulheres que apresentavam disfunção sexual prévia. Esses resultados são coerentes com outros estudos já realizados.

No entanto, o estudo aponta também suas limitações. As pacientes foram provenientes de um único centro, que incluía pacientes do cenário da saúde suplementar. Dessa forma, o perfil socioeconômico pode não ser uma amostra representativa das mulheres com obesidade grave no Brasil. Além disso, a avaliação da variedade das posições sexuais não foi feito por instrumento validado. O tempo de seguimento também foi limitado, visto que o período para estabilização do peso após cirurgia é de cerca de 2 anos. Por fim, foram incluídas apenas mulheres heterossexuais.

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Referências:

  • Oliveira, Claudia Fernandes de Almeida et al. Changes in Sexual Function and Positions in Women With Severe Obesity After Bariatric Surgery

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