No XVIII Fórum Internacional de Sepse, realizado pelo Instituto Latino-americano de Sepse (ILAS) contamos com a participação do Dr. Alexandre Biasi, Diretor do Instituto de Pesquisa Hcor e Membro da Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva – BRICNet.
Durante sua apresentação foi discutido o uso de vasopressores em acesso periférico para o tratamento de paciente com sepse e hipotensão. Quão seguro é iniciar noradrenalina em acesso periférico?
A Surviving sepsis Campaign (SSC) de 2021 sugere que “para adultos com choque séptico, deve-se iniciar vasopressores em veia periférica para restaurar a pressão arterial média até que uma via venosa central seja definida. Deverá ser utilizada uma veia da fossa cubital ou em região proximal a esta”. Trata-se de recomendação fraca com evidência de muito baixa qualidade.
Em revisão sistemática composta por sete estudo, com um total de 1382 pacientes, sendo noradrenalina o agente mais administrado em veia periférica (n = 702) por tempo médio de infusão de 22h (IC95% 8-36h), o extravasamento ocorreu em 3,4% (IC95%2,5-4,7%) dos casos, sem relatos de isquemia de membros ou necrose tecidual, sendo que todos os eventos foram tratados com sucesso de forma conservadora ou com medicamentos vasodilatadores.
Para saber mais sobre o Surviving sepsis Campaign (SSC) 2021, ouça nosso podcast: PEBMED e ILAS: Destaques da Surviving Sepsis Campaign (2021)
Mensagem prática
O uso de noradrenalina em acesso periférico até a instalação de um cateter venoso central é seguro e com um risco reduzido de extravasamento, que seria a complicação mais temida, e, mesmo quando da ocorrência deste, os danos ao pacientes não costumam ser graves.
Confira outras noticias sobre o XVIII Fórum Internacional de Sepse 2022
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26014852/
Seguridad de la administración intravenosa periférica de medicación vasoactiva
José Cárdenas García 1, Karen F Schaub 1, Yuly G Belchikov 2, Mangala Narasimhan 1, Seth J Koenig 1, Pablo H Mayo 1
PMID: 26014852 DOI: 10.1002/jhm.2394
La administración de norepinefrina, dopamina o fenilefrina por vía intravenosa periférica fue factible y segura en esta unidad médica de cuidados intensivos de centro único. La extravasación de la vía intravenosa periférica fue poco frecuente y la fentolamina con pasta de nitroglicerina fue eficaz para prevenir la lesión isquémica local. Los médicos no deben considerar que el uso de medicación vasoactiva es una indicación automática para el acceso venoso central.