Há diferença no uso da haste intramedular e DHS para fraturas trocantéricas?

Ensaio clínico randomizou 850 pacientes com fraturas trocantéricas para serem submetidas à fixação com a haste intramedular ou DHS.

As fraturas trocantéricas representam cerca de metade das fraturas do quadril e são responsáveis por grande queda na qualidade de vida de pacientes, além de acarretarem grande impacto nos sistemas de saúde. O tratamento pode ser realizado com haste intramedular ou DHS, ainda sem evidência sobre qual seria a melhor forma de tratamento.

As hastes intramedulares custam em média 40% a mais que o DHS, fato que também deveria ser levado em consideração na escolha do implante. Foi publicado no último mês no “Journal of the American Medical Association – JAMA” um ensaio clínico randomizado com o objetivo de comparar resultados de fraturas trocantéricas tratadas com haste intramedular (Gamma nail) e DHS.

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Há diferença no uso da haste intramedular e DHS para fraturas trocantéricas?

Métodos

O estudo abrangeu pacientes de 25 hospitais em 12 países, maiores de 18 anos com fraturas trocantéricas operados até sete dias após o trauma aleatoriamente operados com haste intramedular ou DHS (1:1). Foi realizada estratificação por hospital, estabilidade da fratura e idade. O recrutamento de pacientes ocorreu entre janeiro de 2012 e janeiro 2016, e os pacientes foram acompanhados por 52 semanas.

O desfecho primário foi a qualidade de vida relacionada à saúde (HRQOL), medido pelo EuroQol–5 Dimension (EQ5D) um ano após a cirurgia. Resultados secundários incluíram procedimento cirúrgico de revisão, consolidação da fratura, eventos adversos, mobilidade do paciente (medida pelo escore de mobilidade de Parker) e função do quadril (medida pelo escore de quadril de Harris).

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Neste ensaio clínico, 850 pacientes foram randomizados (idade média [intervalo], 78,5 [18-102] anos; 549 [64,6% feminino) com fraturas trocantéricas para serem submetidas à fixação com a haste intramedular (n = 423) ou DHS (n = 427). Um total de 621 pacientes completou o acompanhamento em um ano após a cirurgia (304 tratados com haste [71,9%], 317 tratados com DHS [74,2%]).

Resultados

Não houve diferenças significativas entre os grupos nas pontuações do EQ5D (diferença média, 0,02 pontos; IC 95%, -0,03 a 0,07 pontos; P = 0,42). Além disso, após o ajuste para covariáveis relevantes, não houve diferenças entre os grupos nas pontuações do EQ5D (coeficiente de regressão, 0,00; IC 95%, -0,04 a 0,05; P = 0,81).

Também não houve diferença significativa em resultados secundários.

Conclusão e mensagem prática

O estudo demonstrou que as hastes intramedulares para o tratamento das fraturas trocantéricas tiveram resultados semelhantes em um ano em comparação com o DHS. Esses resultados sugerem que o DHS é uma alternativa aceitável de baixo custo para fraturas trocantéricas do quadril.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Schemitsch EH, Nowak LL, Schulz AP, Brink O, Poolman RW, Mehta S, Stengel D, Zhang CQ, Martinez S, Kinner B, Chesser TJS, Bhandari M; INSITE Investigators. Intramedullary Nailing vs Sliding Hip Screw in Trochanteric Fracture Management: The INSITE Randomized Clinical Trial. JAMA Netw Open. 2023 Jun 1;6(6):e2317164. DOI: 10.1001/jamanetworkopen.2023.17164.

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