Jornadas: O especialista nas áreas clínicas

Quando terminamos a residência, é comum uma sensação de “vazio”. Confira a jornada e trajetória de Ronaldo Gismondi.

Quando terminamos a residência, é comum uma sensação de “vazio”. Apesar do alívio com a redução da carga horária e do possível aumento na remuneração mensal, é comum no jovem um sentimento de “vazio” após a perda do vínculo com a instituição formadora. Esse aspecto costuma ser ainda mais intenso naqueles que ficaram toda a formação em instituições universitárias ou acadêmicas e acostumados com sessões, longas discussões de caso clínico e atualização / estudo constante. O que fazer, então? 

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O especialista

Apesar de “especialista” no sentido formal, e das residências médicas serem consideradas como suficientes para obtenção do certificado no CFM, a prova de título tem sido cada vez mais valorizada por pacientes e instituições. Por isso, sugiro que sua primeira etapa passe por esta aprovação. A seguir, o jovem especialista deve decidir se deseja prosseguir na carreira acadêmica, como eu escolhi fazer, ou se irá direto para assistência. 

Na área acadêmica, o mestrado é a porta de entrada. Lá, os passos iniciais para conhecer o método científico, desenhar e estudar um projeto de pesquisa e a introdução à escrita científica serão desenvolvidos. Leva em média dois anos e é um investimento indispensável nesta área. É raríssima a instituição de ensino que contrata um professor sem pelo menos o mestrado. Se você sonha em ser pesquisador ou professor de uma instituição pública universitária, não pode parar por aqui. O doutorado é o caminho a ser seguido, pois é exigido na maioria dos concursos, pontua no seu currículo e te dá bases para, uma vez docente, seguir crescendo. Aqui, leva-se em média três a quatro anos, são dois artigos, um estudo longitudinal ou de intervenção, mas é um esforço plenamente recompensado depois. Além disso, é nesses cursos “strictu sensu”, que você tem as primeiras aulas de didática e “pratica” nas disciplinas de estágio à docência. 

Na área assistencial, a recomendação é abrir um consultório e, no início da carreira, por cinco a dez anos, manter um plantão ou vínculo diarista com um hospital. Lá você terá oportunidade de ver casos complexos, interagir com colegas de outras especialidades e amadurecer sua formação. Já o consultório tem dois caminhos e dependerá em parte da sua necessidade financeira e especialidade. Quem escolher atendimentos que são mais curtos e com mais procedimentos, provavelmente terá nos ambulatórios e convênios a chance de ter movimento, aperfeiçoar sua prática e ter boa remuneração. Já aqueles de áreas puramente clínicas, dificilmente conseguirão boa remuneração em consultas que chegam a uma hora e cujos planos não pagam nem oitenta reais brutos. Neste caso, um consultório sem plano de saúde e/ou o vínculo a uma equipe maior (o antigo “bagrinho”) pode ser um bom começo de carreira; é preciso paciência e tempo até obter um movimento regular e consistente. 

Jornadas: A residência médica

Outros aspectos importantes na formação podem ser a experiência de empreender, ou seja, ser dono de um negócio ou serviço inovador; a área de gestão hospitalar, sempre em crescimento constante no nosso país; e por fim as experiências no exterior. Neste caso, pode ser como pesquisador, para um doutorado sanduíche, ou para aprender e trazer novas técnicas médicas, que te tornem ultra especializado e uma referência na sua região. 

De tudo isso que falamos, só há uma coisa que não pode faltar: ser um bom médico. Conceito amplo, que engloba princípios morais, éticos, formação técnica adequada e princípios. Aprender o máximo possível, saber aplicar o conteúdo na sua prática, cuidar do seu pacientes, fazer o bem. Valores fundamentais a todos nós. 

Referências bibliográficas:

  • Currículo de Ronaldo Gismondi. Disponível em: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do;jsessionid=DC37F7278283F1EDDD581BACE54BDCFE.buscatextual_66

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