Níveis elevados de colesterol estão associados ao menor risco de declínio cognitivo em pacientes muito idosos

Recente estudo mostrou que níveis elevados de colesterol em indivíduos com idade acima de 85 anos estão associados a uma redução de risco no declínio cognitivo quando comparados com indivíduos 10 anos mais jovens cujos níveis de colesterol estavam também elevados.

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Recente estudo mostrou que níveis elevados de colesterol em indivíduos com idade acima de 85 anos estão associados a uma redução de risco no declínio cognitivo quando comparados com indivíduos 10 anos mais jovens cujos níveis de colesterol estavam também elevados.

Os níveis de colesterol total tendem a aumentar com a idade até o individuo alcançar a meia idade e então os níveis começam a diminuir e estudos mostram que colesterol total elevado na meia idade está associado a sinais de perda de cognição como declínio cognitivo, demência e doença de Alzheimer. Muitos desses estudos avaliaram pacientes por volta dos 70 anos de idade.

Para investigar a relação entre os níveis de colesterol e a função cognitiva em pessoas com idade muito avançada, pesquisadores utilizaram os dados do estudo de Framingham, que fornece informações extensivas sobre a determinação do colesterol e a cognição, possibilitando análises de sobrevivência que incluem mudanças na associação por idade dos resultados.

Embora um estudo anterior da coorte original de Framingham não encontrou associação significativa entre colesterol e Doença de Alzheimer, o objetivo do estudo foi determinar se as medidas específicas de colesterol tinham associações diferentes com o declínio cognitivo em diferentes faixas etárias.

No estudo cognição preservada foi definida pelo ponto de corte do Minimental (MMSE) maior ou igual e 25 e a perda da cognição como a deterioração da cognição preservada na idade mínima para o primeiro diagnóstico de demência ou um MMSE ≤20.

Os critérios de inclusão no estudo foram cognição preservada e, pelo menos, três medidas do colesterol até a idade mínima. Os autores também utilizaram dois subgrupos de marcadores de colesterol. O primeiro consistiu na primeira medida do colesterol obtida na meia idade e a última medida na idade mínima, o grupo foi dividido em normal (colesterol < 200mg/dL) e alto (colesterol ≥ 200mg/dL). O segundo grupo consistiu de três medidas utilizando todos os valores até a idade mínima.

Colesterol: mito ou verdade

Da coorte de Framingham 1.897 indivíduos preenchiam os critérios de inclusão e compuseram a amostra completa para análise de sobrevivência (40,2 ± 6,8 anos, 747 homens, 1150 mulheres). Entre esses pacientes 316 experimentaram um declínio cognitivo (114 com demência diagnosticada e 202 com MMSE ≤ 20). Na amostra havia 1.041 participantes entre 75 e 84 anos e 391 com idade entre 85 e 94 anos.

Para o intervalo de idade (75-84), 36,7% da amostra com aumento da curva tinham um risco aumentado para o declínio cognitivo (p=0,041) comparados com os indivíduos com curva descendente do colesterol. Por outro lado indivíduos na faixa de 85-94 anos, 23,3% com a curva ascendente tinham um risco significativamente menor (p=0,04) de declínio cognitivo comparados com aqueles com curva descendente. Uma associação significativa foi encontrada na amostra total entre uma curva crescente do colesterol na meia idade com o declínio cognitivo.

Em contraste com estudos prévios o valor do primeiro colesterol alto foi associado com risco reduzido nos indivíduos com idade entre 85-94 anos. Além disso, variáveis como menos anos de estudo e o não uso de estatinas perderam a força para prever o declínio cognitivo à medida que a idade do desfecho aumentou.

Os autores mostraram que pessoas com cognição preservada entre 85 e 94 anos, cujo colesterol total aumentou na meia vida tinham um risco reduzido de 32% para a perda da cognição na próxima década em comparação com indivíduos entre 75 e 84 anos que tinham um risco aumentado de 50%. Os achados são consistentes com o que é conhecido atualmente de que o colesterol total diminui na idade avançada e o baixo colesterol na velhice está associado a uma perda da saúde, comorbidades e deterioração da cognição, confirmando a evidência de que existe um menor nível de síntese e absorção do colesterol quando as pessoas envelhecem. Por outro lado durante a meia vida o oposto é verdadeiro, níveis elevados de colesterol estão associados à perda da cognição que se torna mais evidente na velhice.

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Referências:

  • Silverman JM, Schmeidler J. Outcome age-based prediction of successful cognitive aging by total cholesterol. Alzheimers Dement. 2018 Mar 1. pii: S1552-5260(18)30028-1. doi: 10.1016/j.jalz.2018.01.009.

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