Nutrologia: avanços, desafios e oportunidades

Os avanços em pesquisa e a nutroterapia, junto com a nutroesportiva contribuíram para o avanço da nutrologia. Quais são os maiores desafios dessa área?

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Os avanços em pesquisa e desenvolvimento nas áreas dos exames de diagnóstico de doenças nutroneurometabólicas, de condutas de intervenção nutricionais e de farmacoterapia no tratamento da síndrome metabólica contribuíram muito para o avanço da nutrologia.

A nutroterapia, junto com a nutroesportiva, trouxeram benefícios efetivos no tratamento e na prevenção de inúmeras doenças crônico degenerativas, como a obesidade, o diabetes, as dislipidemias e no tratamento de pacientes críticos.

 “A prevenção de doenças crônicas degenerativas e a avaliação das necessidades orgânicas individuais, visando a manutenção da saúde e a redução de risco de doenças, assim como o tratamento das manifestações de deficiência ou excesso, são possíveis com o desenvolvimento em pesquisa e tecnologia da Medicina, especialmente na área de nutrologia”, diz Durval Ribas Filho, médico nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

Como se destacar no mercado

Segundo Durval Ribas Filho, o médico nutrólogo deve saber fazer uma anamnese acurada. Ser sensível e tecnicamente competente para ouvir o paciente, extraindo as principais informações para diagnosticar e tratar as doenças nutricionais, recorrendo à solicitação e a avaliação de exames diagnósticos, quando necessário.

“O conhecimento científico, a boa formação e a atualização constante são inerentes à medicina, ou deveriam ser. Mas, ainda assim, nota-se que boa parte dos médicos recém-graduados tem uma ideia superficial e pouco treinamento em nutrologia. Nossos esforços na ABRAN são focados em contribuir com a formação profissional de qualidade e reverter esse panorama para que o médico dentro do seu contexto de formação científica possa direta ou indiretamente, através da anamnese, promover um tratamento integral aos seus pacientes”, destaca o presidente da entidade.  

É muito importante ressaltar que para ser médico nutrólogo há a necessidade de obtenção do título de especialista em nutrologia através de provas e títulos concedidos pela comissão científica formada pelo Conselho Federal de Medicina, a Associação Médica Brasileira e a ABRAN, exclusivamente. Somente dessa forma, o médico nutrólogo pode ter o seu registro de qualificação de especialista (RQE) junto aos conselhos regionais de medicina.  

Principais desafios

Para Durval Ribas Filho, o grande desafio de uma especialidade médica relativamente nova, como a nutrologia, consiste em conquistar uma boa formação acadêmica, mesmo com poucas escolas médicas de ensino, residência, mestrado e doutorado na área, bem como a atuação de profissionais no mercado que se intitulam nutrólogos e não o são.

Neste sentido, aumentar a produção e a divulgação do conhecimento científico de excelência é essencial para o exercício responsável da medicina.

Potencial de crescimento e principais oportunidades

A nutrologia é uma especialidade médica que tem um grande potencial de crescimento no diagnóstico, no tratamento e na prevenção de doenças, além dos problemas ligados direta ou indiretamente aos nutrientes.

“Cada pessoa tem um perfil nutrometabólico que pode variar tanto na saúde, quanto nas doenças. Sem informação, o indivíduo tende a ter problemas de saúde relacionados à nutrição, um dos pilares do desenvolvimento de saúde, ou doenças crônicas degenerativas”, avalia o especialista.  

O envelhecimento populacional, a preocupação com a longevidade saudável, o sobrepeso e a obesidade, bem como a desnutrição, são alguns casos que necessitam do acompanhamento de um médico nutrólogo. Como hoje, boa parte da população brasileira está obesa ou acima do peso, as doenças estão se desenvolvendo rapidamente, como o diabetes, a hipertensão e as alterações hormonais, que podem levar a males como a depressão ou o câncer.

“Ao mesmo tempo, o Brasil está entre os países que enfrentam a epidemia que combina obesidade e subnutrição. No outro extremo, a falta de nutrientes adequados tem causado efeitos devastadores no desenvolvimento das crianças e dos jovens que vivem nas regiões mais carentes do país. Em suma: mais do que nunca, a atuação do nutrólogo tornou-se imprescindível para cuidar da saúde da população”, aponta o presidente da ABRAN.

No entanto, o Brasil ainda possui uma quantidade insuficiente de médicos nutrólogos em atividade: pouco mais de 1.800, de acordo com o Conselho Federal de Medicina. E a maioria deles (78%) trabalha nas regiões Sudeste e Sul – o que deixa as regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste ainda mais vulneráveis.

No caso da obesidade e das suas comorbidades, o médico nutrólogo exerce um papel fundamental, englobando todo o eixo prevenção – tratamento de doenças. Portanto, nutrólogos interessados em seguir carreira pública encontram uma boa variedade de concursos por todo o país, principalmente para atuar em ambulatórios e hospitais públicos. 

Média salarial

A Federação Nacional dos Médicos (Fenam) recomenda um valor de R$ 11,6 mil por 20 horas semanais de trabalho para qualquer especialidade médica, o que inclui os nutrólogos.  Esse valor tem sido usado como referência para orientar acordos e negociações coletivas da categoria por parte dos sindicatos.

Conquistas da ABRAN

A instituição mantém cerca de 1.850 especialistas associados.

O ensino de nutrologia em todas as faculdades de medicina no Brasil é uma das propostas da ABRAN junto aos órgãos institucionais da medicina e do poder público com o objetivo de combater doenças crônicas degenerativas e melhorar a saúde da população brasileira como um todo.

“Nestes 46 anos, desde a fundação da ABRAN, a nutrologia se consolidou como uma das mais importantes especialidades médicas preventivas e fez escola, literalmente: já são centenas de médicos com atuação em nutrologia no Brasil, além do trabalho de forma integrada e interdisciplinar com outras especialidades médicas, como geriatria, pediatria, psiquiatria, genética médica, endocrinologia, gastroenterologia, cirurgia bariátrica e metabólica, nefrologia e medicina intensiva”, aponta o presidente da instituição.

 

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