A displasia de desenvolvimento do quadril (DDQ) é causa comum de queixas no quadril em adolescentes e adultos jovens ocasionada por uma cobertura acetabular deficiente. Quando diagnosticada a tempo, a osteotomia periacetabular é a cirurgia de escolha para preservação da articulação com melhora da dor e manutenção da função.
Estudos recentes demonstram que os determinantes psicossociais, como somatização, ansiedade e depressão podem influenciar os resultados pós-operatórios em termos de qualidade de vida, incapacidade funcional e intensidade da dor e precisam ser levados em consideração. Foi publicado recentemente na revista “Bone and Joint Open” um estudo com o objetivo de investigar a influência do estado psicológico na qualidade de vida, dor função da articulação e satisfação do paciente após osteotomias periacetabulares do quadril.
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Métodos
Foi conduzido um estudo retrospectivo em 202 quadris de 173 pacientes operados com osteotomia periacetabular para DDQ em um hospital de Berlim entre janeiro de 2015 e junho de 2017. Foram excluídos pacientes com cirurgias prévias no quadril ou que não preencheram o questionário BSI (Brief Symptom Inventory) para sintomas físicos e psicológicos, ficando com 101 quadris para avaliação.
Sintomas relacionados à qualidade de vida foi avaliada com o SF-36 (36-Item Short Form Survey), a funcionalidade do quadril foi medida pela versão curta do International Hip Outcome Tool (iHOT-12), Subjective Hip Value (SHV) e Hip Disability and Outcome Score (HOS). A satisfação da cirurgia e a dor foram variáveis importantes avaliadas. O sofrimento psicológico foi avaliado pelo Global Severity Index (GSI), somatização (BSI Soma), depressão (BSI Depr) e ansiedade (BSI Anx).
Resultados
Na regressão multivariada múltipla, GSI pós-operatório, BSI Soma e BSI Depr tiveram efeito negativo no SF-36 pós-operatório (e -2,07, -3,05 e -2,67, respectivamente; p < 0,001), iHOT-12 (e -1,35 e -4,65, respectivamente; p < 0,001), SHV (e -1,20 e -2,71, respectivamente; p < 0,001), HOS QoL (e -2,09 e -4,79, respectivamente; p < 0,001), Função HOS (e -1,00 e -3,94, respectivamente; p < 0,001), e HOS Sport (e -1,44 e -5,29, respectivamente; p < 0,001), e teve efeito na dor pós-operatória (e 0,13 e 0,37, respectivamente; p < 0,001).
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Conclusão e mensagem prática
De acordo com o estudo, o sofrimento psicológico, a depressão e os transtornos de somatização afetam os aspectos relacionados à qualidade de vida, função articular e habilidade esportiva. A percepção da dor é significativamente aumentada por somatização. No entanto, a satisfação do paciente com a cirurgia não foi afetada nesses casos.
19 mar. 2024 
2 min. 
