O uso do Canabidiol na população pediátrica

A Sociedade Brasileira de Pediatria divulgou um documento científico orientando médicos e familiares sobre o uso de canabidiol em pacientes pediátricos.

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Diante das especulações sobre os estudos usando os derivados da Cannabis sativa (maconha) em pacientes pediátricos, a Sociedade Brasileira de Pediatria divulgou, em junho deste ano, um documento científico orientando médicos e familiares sobre seu uso em pacientes pediátricos.

Primeiramente é importante salientar que o canabidiol não possui efeitos psicoativos ou euforizantes, diferentemente da planta in natura (maconha), que é uma droga ilícita com efeitos alucinógenos.

Uso da Canabis sativa

O uso dos derivados da Canabis sativa (maconha), como os canabinoides, vem sendo estudados para fins medicinais desde o século XIX. Seus efeitos são bem descritos no tratamento de dores crônicas, constipação intestinal, convulsões e outras desordens do SNC.

Com o aprimoramentos dos estudos usando o canabidiol, o Conselho Federal de Medicina (CFM), regularizou o uso deste ativo para casos de epilepsia refratário aos tratamentos convencionais em crianças e adolescentes. Cabe ressaltar novamente que o CFM não esta se referindo ao uso in natura da Canabis sativa mas sim de um dos seus derivados, o canabidiol.

Após inúmeras discussões e revisões bibliográficas, o CFM conclui que ainda não há evidências da segurança e eficácia do uso do canabidiol, portanto seu uso deve ser restrito para os pacientes com epilepsia que não responderam efetivamente ao tratamento convencional. O principal benefício desta medicação seria em pacientes com síndromes epiléticas de difícil controle como: Síndrome de Dravet, encefalopatia de Lennoxgastaut e Síndrome de Doose.

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Canabidiol no tratamento de crises epiléticas

Em um estudo publicado em 2016, por Lauren e colaboradores, cerca de 24% dos pacientes responderam de forma satisfatória com o uso do canabidiol nas crises epiléticas de difícil controle. Devemos lembrar que esta medicação não é a primeira linha de escolha para o tratamento de nenhum caso de epilepsia e nunca deve ser utilizada como monoterapia. Por fim, o estudo conclui que os efeitos desta medicação a longo prazo ainda não estão estabelecidos e que seu uso deve ser feito com cautela.

Considerações Finais

O uso do canabidiol para outras desordens como: dores crônicas, Síndrome de Tourette, ansiedade, esquizofrenias, TDAH e transtorno do espectro autista, ainda não esta bem estabelecido e necessita de mais estudos.

Por fim, devemos ressaltar que, até a presente data, o uso do canabidiol apenas está indicado nos casos de epilepsia de difícil controle que não respondem satisfatoriamente ao tratamento convencional. Portanto, o seu uso no meio pediátrico deve ser feito de forma consciente e com embasamento científico importante.

 

Referências:

  • https://www.sbp.com.br/

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