Overtreatment, Overdiagnosis e Overutilization em pediatria: cada vez mais comum

Embora grande parte da atenção tenha se concentrado nos cuidados para adultos, as crianças também são prejudicadas pelo excesso.

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

O desafio #1 da Saúde no século XXI é o controle dos custos para que a Medicina possa continuar evoluindo de maneira sustentável, aumentando a sobrevida, curando doenças “incuráveis” e permitindo maior qualidade de vida para as pessoas. Um dos grandes pontos que devemos atacar é o Overtreatment – excesso de tratamento -, o Overdiagnosis – excesso de diagnóstico – e Overutilization – excesso de uso.

Embora grande parte da atenção recente tenha se concentrado nos cuidados de saúde para adultos, as crianças também são prejudicadas pelo excesso de diagnóstico, de uso e de tratamento.

Pediatrics fez uma revisão de artigos importantes sobre essa questão publicados no ano de 2015. Os textos foram avaliados de acordo com a qualidade dos métodos, a magnitude do efeito clínico e o número de pacientes potencialmente afetados, e classificados em overdiagnosisovertreatment e overutilization. As principais informações encontrados em cada ponto foram:

medico em consulta com paciente pediatrico

Overdiagnosis

Os achados incluíram provas de overdiagnosis de hipoxemia em crianças com bronquiolite e fraturas de crânio em crianças que sofreram lesões menores na cabeça.

Overtreatment

Os resultados incluíram evidências de que:

  • até 85% das crianças hospitalizadas com pneumonia podem não ter uma etiologia bacteriana;
  • muitas crianças estão recebendo antibioticoterapia intravenosa prolongada para osteomielite, embora a terapia oral seja igualmente eficaz;
  • medicação antidepressiva para adolescentes e nebulização com solução salina hipertônica para bronquiolite parecem ser ineficazes;
  • e os limiares para o tratamento da hiperbilirrubinemia podem ser muito baixos.

Overutilization

Os achados sugeriram que:

  • a triagem da circunferência da cabeça não é nem sensível e nem específica para transtornos neurocognitivos, e sua frequência poderia ser relaxada;
  • grandes reduções nos exames de TC abdominal para apendicite parecem ter sido seguras e eficazes;
  • e a dependência excessiva dos níveis de proteína C-reativa na sepse neonatal de início precoce parece prolongar o tempo de permanência no hospital.

As melhores condutas médicas você encontra no Whitebook. Baixe o aplicativo #1 dos médicos brasileiros. Clique aqui!

Dra. Ana Carolina Pomodoro, pediatra e colunista da PEBMED, fala mais sobre a questão do Overtreatment e Overdiagnosis:

“Ainda vemos, no dia a dia da prática pediátrica, a preocupação tanto de profissionais quanto de responsáveis em querer determinar diagnósticos em praticamente todas as situações. Com isso, submetemos nossas crianças a um excesso de diagnóstico, de uso e de tratamento.

Coon et al publicaram no Pediatrics uma revisão da literatura sobre esse assunto, e ressaltaram que o excesso de uso do cuidado médico pode trazer danos para o paciente, e nem sempre encontrar anormalidades traz benefícios para este. Um dos objetivos desse estudo foi tentar ajudar os médicos a terem mais cautela no seu cuidado com o paciente, ficando aptos a fazer menos mas com segurança.”

Referências:

  • Update on Pediatric Overuse. Eric R. Coon, Paul C. Young, Ricardo A. Quinonez, Daniel J. Morgan, Sanket S. Dhruva, Alan R. Schroeder. Pediatrics Jan 2017, e20162797; DOI: 10.1542/peds.2016-2797

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.

Especialidades