Performance em Terapia Intensiva

Estamos realmente gerenciando o desempenho das unidades? Os recursos estão sendo utilizados de forma custo efetiva? Como podemos mensurar estas questões?

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Ao longo das últimas décadas, presenciamos uma evolução célere do parque tecnológico dentro de nossas UTIs. Ventiladores microprocessados com inúmeros recursos de ventilação mecânica, métodos de monitorização hemodinâmica cada vez menos invasivos, diagnósticos de imagens ultraespecíficos e assim em diante. Este cenário enche os olhos dos profissionais de saúde e dão a eterna impressão de que estamos avançando a passos largos no cuidado de nossos pacientes. Mas será isso uma verdade? Estamos realmente gerenciando o desempenho das unidades? Os recursos estão sendo utilizados de forma custo efetiva? Como podemos mensurar estas questões?

Para iniciarmos um exercício de raciocínio em cima destas questões, vamos nos basear nos pilares de sustentabilidade das grandes empresas que se adequam perfeitamente às unidades de terapia intensiva, são eles: responsabilidade financeira, qualidade técnica e qualidade percebida. Em conjunto com a liderança do hospital, os gestores das unidades de terapia intensiva devem criar indicadores que possam ser auditados de forma periódica. Pegando como exemplo inicial a qualidade técnica podemos eleger os seguintes indicadores básicos recomendados pela Anvisa:

I – Taxa de mortalidade absoluta e estimada;

II – Tempo de permanência na Unidade de Terapia Intensiva;

III – Taxa de reinternação em 24 horas;

IV – Densidade de Incidência de Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV);

V – Taxa de utilização de ventilação mecânica (VM);

VI – Densidade de Incidência de Infecção Primária da Corrente Sanguínea (IPCS) relacionada ao Acesso Vascular Central;

VII – Taxa de utilização de cateter venoso central (CVC);

VIII – Densidade de Incidência de Infecções do Trato Urinário (ITU) relacionada a cateter vesical.

A taxa de mortalidade deve ser ajustada de acordo com algum score prognóstico (em geral, usa-se o SAPS 3) e a relação entre a taxa absoluta e estimada nos dá a taxa de mortalidade padronizada (observado/esperado), devendo este valor estar sempre abaixo de 1.

O tempo de permanência na unidade deverá ser ajustado de acordo com o perfil dos pacientes, unidades com características cirúrgicas tendem a possuir um tempo mais breve de internação, enquanto pacientes de perfil clínico têm maior risco de cronicidade. A mensuração desses tempos podem definir procedimentos estratégicos do hospital como a contratualização de tempos entre serviços de apoio, criação de unidade semi-intensiva, grupos voltados para desospitalização e assim por diante.

Nos próximos artigos discutiremos os outros indicadores de qualidade técnica, levando em consideração a incidência de infecções associadas ao cuidado (termo conhecido como: “health care-associated infections”), conjunto de boas práticas para prevenção das mesmas e formas de auditoria médica para manutenção dos processos.

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ericperemanis

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