Placa ou haste no tratamento das fraturas da diáfise do úmero?

Estudo comparou os resultados funcionais e clínicos dessas opções de tratamento para fraturas diafisárias do úmero.

As estratégias cirúrgicas mais comuns para o tratamento das fraturas diafisárias do úmero são a osteossíntese com placa e a osteossíntese com haste intramedular. No entanto, ainda existem incertezas sobre qual abordagem é mais eficaz.

Com o objetivo de comparar os resultados funcionais e clínicos dessas opções de tratamento, realizou-se um estudo prospectivo multicêntrico com a hipótese de que o uso de placas resultaria em uma recuperação mais rápida da função com uma taxa menor de complicações. Fruto das pesquisas de Hartog et al., o estudo foi publicado no The Journal of Bone and Joint Surgery em julho deste ano.

Placa ou haste no tratamento das

Métodos do estudo sobre fraturas diafisárias do úmero

A amostra do estudo incluiu adultos com fratura diafisária do úmero classificada como tipo 12A ou 12B pela classificação OTA/AO entre 23 de outubro de 2012 e 3 de outubro de 2018. Os pacientes foram divididos em dois grupos, sendo tratados com osteossíntese utilizando placa ou haste. As medidas de resultado avaliadas incluíram a pontuação Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand (DASH), a pontuação Constant-Murley, os arcos de movimento do ombro e do cotovelo, a consolidação radiográfica e o índice de complicações dentro de um ano.

Resultados

Dos 245 pacientes incluídos, 76 receberam o tratamento com placa, enquanto 169 foram submetidos osteossíntese intramedular. O grupo no qual foi realizada síntese com placa apresentava pacientes mais jovens, com idade média de 43 anos, em comparação com o grupo em que se utilizou haste, que tinha média de 57 anos (p < 0,001). A pontuação média do DASH após osteossíntese com placa mostrou melhora mais rápida ao longo do tempo, embora não tenha diferido significativamente em 12 meses (11,7 pontos [intervalo de confiança de 95%: 7,6 a 15,7 pontos]) para placa e 11,2 pontos [intervalo de confiança de 95%: 8,3 a 14,0 pontos] para haste).

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A pontuação do Constant-Murley e os arcos de movimento do ombro (abdução, flexão, rotação externa e rotação interna) favoreceram o grupo em que se utilizou placa (p ≤ 0,001). No grupo de osteossíntese com placa ocorreram duas complicações relacionadas ao implante, enquanto o grupo de osteossíntese intramedular apresentou 24 complicações, incluindo 13 protrusões da haste e oito protrusões dos parafusos de bloqueio.

O uso de placa resultou em mais casos de paresia radial pós-operatória temporária (oito pacientes), em comparação com um paciente, no grupo de haste (taxas de 10,5% e 0,6%, respectivamente). Também foi observada uma tendência de menos casos de pseudoartrose, em três pacientes, em comparação com 16 pacientes no grupo de haste (taxas de 5,7% e 11,9%, respectivamente).

Conclusão e mensagem prática

A osteossíntese com placa para fraturas diafisárias do úmero em adultos resultou em uma recuperação mais rápida, especialmente da função do ombro. Apesar de se observar um maior número de paresias temporárias do nervo, essa abordagem parece ser a opção de tratamento preferencial para essas fraturas, mesmo diante da diversidade de implantes e abordagens cirúrgicas utilizadas.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Den Hartog D, Mahabier KC, Van Bergen SH, Verhofstad MHJ, Van Lieshout EMM; HUMMER Investigators. Functional and Clinical Outcomes After Plate Osteosynthesis Versus Intramedullary Nailing of a Humeral Shaft Fracture: The Results of the HUMMER Multicenter, Prospective Cohort Study. J Bone Joint Surg Am. 2023 Jul 19;105(14):1101-1111. DOI: 10.2106/JBJS.22.00647.

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