Pneumonia: saiba como é a abordagem do enfermeiro

Neste artigo vamos abordar os cuidados que o enfermeiro (a) deve ter com o paciente acometido por pneumonia, desde o diagnóstico até o tratamento.

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Definição: A pneumonia é uma inflamação do parênquima pulmonar causada por diversos microrganismos, incluindo bactérias, micobactérias, fungos e vírus.

As pneumonias podem ser classificadas em quatro tipos: pneumonia adquirida na comunidade (PAC), pneumonia associada a cuidados de saúde (PACS), pneumonia adquirida no hospital (PAH) e pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV). As sub- categorias da PACS são a pneumonia no indivíduo imunocomprometido e a pneumonia por aspiração.

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Os patógenos bacterianos mais comuns associados a PAC incluem Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae, e Moraxella catarrhalis. Já os patógenos virais incluem rhinovirus e influenza A e B.

Manejo Clínico

Anamnese

Principais queixas:

→ Quadro típico: Febre alta de início súbito, muitas vezes com calafrios, dor torácica de característica pleurí­tica (em pontada, bem localizada, ventilatório dependente), tosse com expectoração purulenta, dispneia e queda do estado geral;

Quadro atípico: Febre baixa a moderada (< 39ºC), de evolução subaguda, em geral sem calafrios, com tosse seca e estado geral pouco comprometido. A tosse é o sintoma predominante, dispneia e dor pleurí­tica são mais raros. Pode apresentar mialgia, faringite não exsudativa, cefaleia, dor abdominal, diarréia, rash cutâneo, e/ou confusão mental.Parágrafo de texto.

→ Principais critérios de gravidade: Alteração do nível de consciência, taquipneia (> 30 irpm), toxemia, hipotensão, utilização de musculatura acessória, hipotermia (< 35ºC) ou febre (> 40ºC), taquicardia > 125 bpm.

Exame Físico

O enfermeiro deve:

  • Avaliar o cliente quanto à ocorrência de febre, calafrios, sudorese noturna, dor do tipo pleurítico, fadiga, taquipneia, uso dos músculos acessórios para a respiração, bradicardia ou bradicardia relativa, tosse e escarro purulento
  • Monitorar o cliente: alterações na temperatura e no pulso; quantidade, odor e coloração das secreções; frequência e intensidade da tosse; grau de taquipneia ou falta de ar; alterações nos acha- dos do exame físico (principalmente avaliados por inspeção e ausculta do tórax); e alterações nos achados das radiografias de tórax.
  • Avaliar os clientes idosos quanto à ocorrência de comportamento incomum, alteração do estado mental, desidratação, fadiga excessiva e IC concomitante.

Terapia farmacológica

  • São prescritos antibióticos com base nos resultados de cultura, antibiograma e diretrizes para a escolha dos antibióticos (devem-se considerar os padrões de resistência, prevalência dos microrganismos etiológicos, fatores de risco, cliente internado ou ambulatorial, custos e disponibilidades dos agentes antibióticos).
  • O tratamento de suporte consiste em hidratação, antipiréticos, medicamentos antitussígenos, anti-histamínicos ou descongestionantes nasais
  • Administra-se oxigenoterapia para a hipoxemia.
  • O suporte ventilatório inclui altas concentrações de oxigênio inspiratório, intubação endotraqueal e ventilação mecânica.
  • Tratamento do choque, da insuficiência respiratória ou do derrame pleural, se necessário .
  • Para grupos com alto risco de PAC, recomenda-se vacinação pneumocócica.
  • Recomenda-se o repouso no leito até que sejam evidenciados sinais de resolução do processo infeccioso

Exposição de Risco

  • Pacientes em instituições superlotadas (ex.: presí­dios): Risco aumentado de pneumococo, Mycoplasma, Chlamydophila, Mycobacterium.
  • Moradores de casas de repouso/asilo: Risco aumentado de pneumonia por Gram-negativos e anaeróbios.
  • Tabagistas e portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica: Risco aumentado de pneumonia por hemófilo e Moraxella catarrhalis.
  • Imunossuprimidos e portadores de doença pulmonar estrutural (fibrose cí­stica, bronquiectasia): Risco aumentado de pneumonia por Pseudomonas aeruginosa e S. aureus.
  • Broncoaspiração, alcoolismo, uso de drogas, disfagia, doença do refluxo gastroesofágico, rebaixamento do ní­vel de consciência, crise convulsiva: Risco aumentado de pneumonia por Klebsiella pneumoniae.
  • Usuário de drogas endovenosas: Risco aumentado de pneumonia por S. aureus.
  • Exposição animal: Gatos, ovelhas e bodes (C. burnetti, B. anthracis); aves (C. psittaci); roedores (F. tularensis, Y. pestis).
  • Legionella sp.: Exposição a sistema de ar condicionado ou água contaminados.
  • Infecção secundária à influenza: Risco aumentado de pneumonia por S. aureus.

Diagnóstico de Enfermagem

  1. Troca gasosa prejudicada.
  2. Dor aguda.
  3. Padrão Respiratório insuficiente
  4. Intolerância a atividade.
  5. Nutrição desequilibrada: menor do que as necessidades corporais.
  6. Hipertermia
  7. Conhecimento deficiente.
  8. Risco de Intolerância a atividade.
  9. Risco de volume de líquidos deficiente.
  10. Risco de infecção.

Intervenção de Enfermagem

  1. Oxigenoterapia
  2. Aspiração de vias Aéreas
  3. Assistência Ventilatória
  4. Monitoração respiratória
  5. Terapia nutricional
  6. Monitoração nutricional
  7. Controle do ambiente
  8. Ensino: processo da doença
  9. Terapia Ocupacional
  10. Promoção do exercício
  11. Controle de medicamentos

Resultados Esperados

  • Estado Respiratório: permeabilidade das vias aéreas.
  • Melhora dos Sinais Vitais
  • Resistência
  • Repouso
  • Autocuidado: atividades da vida diária
  • Controle da Dor

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Referências:

  • Corrêa RA, Lundgren FLC, Pereira-Silva JL. Recomendações para o manejo da pneumonia adquirida na comunidade 2018. J Bras Pneumol. 2018;44(5):405-424
  • Brunner & Suddarth, Manual de enfermagem médico-cirúrgica / revisão técnica Sonia Regina de Souza; tradução Patricia Lydie Voeux. – 13. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
  • Musher DM, Thorner AR. Community-acquired pneumonia. N Engl J Med, 2014; 371:1619.
  • Wunderink RG, Waterer GW. Clinical practice. Community-acquired pneumonia. N Engl J Med, 2014; 370:543.
  • Ornelas PC, Cobucci RAS. Planos terapêuticos de enfermagem para o paciente com pneumonia. Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG-V.3-N.1-Jul./Ago. 2010.
  • SMELTZER, S. C.; BARE, B.G. Tratado de Enfermagem médico-cirúrgica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006

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