Proposta de triagem de prematuros visa neurodesenvolvimento na primeira infância

Estrutura busca estimular pediatras a serem mais críticos nas avaliações em bebês de alto risco para deficiências de neurodesenvolvimento.

Em seu último volume, a American Academy of Pediatrics (AAP) divulgou uma proposta de estrutura que informa e prioriza estratégias de triagem e vigilância para pediatras que cuidam de crianças nascidas prematuras, além de orientar avaliações adicionais e encaminhamentos para terapias apropriadas. De acordo com o artigo, essa estrutura, de fácil utilização, consolida uma extensa pesquisa contemporânea de resultados coletados a partir de 2005 em diante, estratificando a prematuridade e as experiências em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) por grau de risco para deficiências de neurodesenvolvimento.

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Proposta de triagem de prematuros visa neurodesenvolvimento na primeira infância

O nascimento prematuro

Os recém-nascidos (RN) prematuros, por definição, nascem antes de 37 semanas de idade gestacional (IG). Os pesquisadores categorizam a prematuridade em grupos gestacionais como:

  • Tardios – 34 a 36 semanas de IG;
  • Moderadamente prematuros – 32 a 33 semanas de IG;
  • Muito prematuros – 28 a 31 semanas de IG;
  • Prematuros extremos – < 28 semanas de IG.

Condições neonatais de alto risco menos comuns que resultam em deficiências de desenvolvimento incluem:

  • RN a termo ou prematuro com infecções congênitas (como citomegalovírus);
  • Exposição fetal a substâncias (como álcool ou medicamentos);
  • Anomalias (como doença cardíaca congênita, hérnia diafragmática ou problemas estruturais);
  • Distúrbios cerebrais;
  • Condições genéticas.

Prematuros tardios e a termo com encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI) (menos de 1% de todos os partos) também apresentam riscos de apresentação precoce de deficiências de desenvolvimento.

A estrutura de atendimento proposta

Na estrutura proposta, o risco é estratificado por quanto mais prevalente é uma deficiência de desenvolvimento em uma população de crianças com histórico de prematuridade ou suas complicações neonatais, em comparação com o risco para a população pediátrica geral (PPG). Embora as categorias de grau de risco definidas sejam um tanto arbitrárias, elas são clinicamente relevantes:

  • Risco muito alto: a prevalência de incapacidade é 10 ou mais vezes maior do que o esperado na PPG;
  • Alto risco: a prevalência de incapacidade é 5,0 a 9,9 vezes maior do que o esperado na PPG;
  • Risco moderado-baixo: a prevalência de incapacidade é 1,1 a 4,9 vezes maior do que a esperado na PPG.

Os pesquisadores descrevem que os pediatras que usam informações do resumo de alta da UTIN de uma criança ou outra documentação de alta hospitalar neonatal podem prosseguir para o lado esquerdo da estrutura até que o grau de prematuridade do paciente ou a presença de uma complicação neonatal seja identificado e siga a seta para graus de risco (muito alto, alto, moderado baixo) para deficiências de neurodesenvolvimento graves que se apresentam na primeira infância.

Os pediatras podem usar as informações de satisfação de risco codificadas por cores para discutir planos de cuidados com a família, documentar a tomada de decisões clínicas ou determinar a necessidade de provedores de subespecialidades adicionais ou cuidados multidisciplinares. A estrutura oferece um algoritmo prático e pragmático para avaliação de risco e apoia o pediatra no papel de realizar triagem na primeira infância, vigilância rigorosa do desenvolvimento em todas as visitas e avaliações direcionadas para problemas de neurodesenvolvimento quando indicado.

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A proposta é vincular o grau de risco com base em dados publicados à ação clínica para pacientes individuais e não é validada formalmente. Dessa forma, se os pediatras suspeitarem de atraso no desenvolvimento, como paralisia cerebral, na ausência de risco significativo, eles devem usar seu julgamento para abordar as preocupações e considerar o encaminhamento para neurologia pediátrica ou outros profissionais para avaliações abrangentes, conforme apropriado.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Davis BE, et al. Primary Care Framework to Monitor Preterm Infants for Neurodevelopmental Outcomes in Early Childhood. Pediatrics. 2023;152(1):e2023062511. DOI: 10.1542/peds.2023-062511