Quais as novidades no monitoramento terapêutico de antimicrobianos?

Mesmo com todas as evoluções no monitoramento terapêutico, é necessário entender que esse método necessita evoluir.

O monitoramento terapêutico de medicações no plasma é empregado para garantir que a substância esteja dentro da janela terapêutica e, assim, evitar tanto subdosagem quanto níveis tóxicos. Além disso, também é muito utilizado em medicações que grandes variações de pessoa para pessoa são esperadas, como antiepilépticos, anticoagulantes e imunomoduladores.  

O efeito dos antimicrobianos depende da concentração máxima e do tempo acima da concentração inibitória mínima (MIC) no local da infecção e a concentração desses fármacos é influenciada pela distribuição e eliminação, o que pode variar muito em pacientes críticos. Assim, percebemos que o tratamento com doses padrões poderá ter resultado imprevisível e a implementação do monitoramento terapêutico tem assumido relevância, embora as demandas técnicas e os custos ainda sejam um obstáculo. 

Ademais, devemos reconhecer que o monitoramento terapêutico ainda tem outras incertezas onde a ciência precisa evoluir.

Saiba mais: Pandemia de covid-19 e o uso de antimicrobianos

Quais as novidades no monitoramento terapêutico de antimicrobianos?

Quais as novidades no monitoramento terapêutico de antimicrobianos?

Pontos de atenção no monitoramento terapêutico

  • Há uma heterogeneidade significativa em relação à definição das concentrações alvo. Por exemplo, embora haja consenso de que as concentrações de ß-lactâmicos devam estar acima da MIC dos patógenos durante a maior parte do intervalo de doses, é debatido se as concentrações-alvo de até 4–6 vezes a MIC adicionam benefícios adicionais. Como as MICs individuais muitas vezes não estão disponíveis, é comum o uso de MICs empíricos e geralmente no limite superior de sensibilidade. Embora o uso de MICs altas vise evitar a subdosagem, ele também aumenta o risco de atingir níveis potencialmente tóxicos.  
  • Também não está claro se os alvos devem ser ajustados de acordo com a epidemiologia de resistência local e até mesmo se o monitoramento é útil em locais com altas taxas de resistência.  
  • Devemos ressaltar que as concentrações antimicrobianas geralmente são medidas em amostras de plasma, que não refletem necessariamente as concentrações no local da infecção. 
  • Não há definições claras de como as doses devem ser ajustadas em pacientes complexos de UTI, visto que muitos estudos assumem uma relação linear mas a evolução do paciente crítico é dinâmica. Os dois determinantes mais importantes das concentrações de drogas em pacientes críticos, volume de distribuição e depuração, podem variar substancialmente, especialmente em pacientes com sepse. Isso pode se tornar ainda mais complicado se envolver terapia renal substitutiva. Nesse sentido, vários softwares de cálculo de dosagem estão sendo estudados, incorporando diferentes modelos farmacocinéticos e a previsão é que passem a utilizar inteligência artificial para permitir uma individualização da terapia antimicrobiana.   

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