Quais são as percepções dos ortopedistas sobre exposição à radiação?

Estudos demonstram que ortopedistas têm noção do risco ocupacional, porém têm pouco conhecimento acerca da dose de radiação em sua prática.

No nosso país, os ortopedistas não são controlados do ponto de vista dosimétrico quanto à exposição à radiação enquanto exercem suas atividades profissionais. Além disso, a popularização de técnicas cirúrgicas minimamente invasivas leva à maior utilização desse recurso, gerando maior exposição. Nesse contexto, é essencial o conhecimento sobre os equipamentos de proteção pessoal e distancias seguras durante a atividade profissional.

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No Brasil, estudos com esse tema são escassos, mas foi publicado no último mês, na Revista Brasileira de Ortopedia – RBO, um estudo com o objetivo de analisar as percepções de médicos ortopedistas em relação à exposição à radiação ionizante em sua prática.

Quais são as percepções do ortopedista sobre exposição à radiação?

O estudo

Foi enviado um questionário online pelo Google Forms com 34 perguntas por e-mail a membros da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica e Sociedade Brasileira de Coluna onde eram pesquisadas variáveis sociodemográficas, profissionais e ocupacionais. No total 141 ortopedistas responderam ao questionário.

A maioria dos participantes (99%) utilizam a fluoroscopia em suas cirurgias, e apenas 34,8% dos participantes se sentem seguros com o uso do equipamento de proteção individual. Observou-se que o conhecimento sobre radiação ionizante é inadequado, pois 22,6% dos respondentes desconhecem o tipo de radiação emitida na fluoroscopia e seus efeitos biológicos. Além disso, 2% dos respondentes não conhecem ou não compreendem os princípios de proteção radiológica e suas relações com as práticas cirúrgicas.

Mensagem prática

É correto dizer que há uma falha na nossa formação como médicos ou mais especificamente como ortopedistas no conhecimento aprofundado sobre os riscos associados à exposição à radiação. Além disso, pelo fato de os piores efeitos adversos (como aparecimento de câncer) serem apenas observados com anos de acúmulo de exposição, mesmo sabendo dos perigos acabamos deixando de usar o equipamento por ser pesado e considerado desconfortável.

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Talvez a solução para evitar efeitos terríveis no futuro da nossa população de ortopedistas seja a troca do opcional para o imperativo quanto ao uso de equipamentos de proteção individual, com supervisão por funcionários do mesmo centro cirúrgico.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Barbosa, Helia & Marques Da Silva, Ana. Percepção de cirurgiões ortopédicos sobre os riscos da exposição à radiação na fluoroscopia. Revista Brasileira de Ortopedia. 2022;57(04): 546-551. DOI: 10.1055/s-0042-1748968

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