O tratamento da artrose de tornozelo pode ser realizado com artroplastia ou artrodese, sendo o segundo muito mais realizado na prática. Quando há falha na artroplastia, o paciente pode ser submetido à uma artroplastia de revisão, artrodese ou amputação abaixo do joelho. De acordo com dados britânicos, a taxa de revisão em cinco anos é de 6,86% para artroplastias de tornozelo, 2,29% para artroplastias de quadril e 2,66% para as de joelho.
As indicações mais comuns para as cirurgias de revisão após colocação de prótese de tornozelo são soltura do material, dor, mau-alinhamento e infecção. Entretanto, há escassez na literatura sobre o manejo cirúrgico das falhas nesse tipo de cirurgia, com evidências controversas. Foi publicado no último mês, na revista Bone and Joint Open, uma revisão sistemática com o objetivo de avaliar desfechos funcionais e complicações após tratamento de falhas de artroplastia de tornozelo com revisão ou artrodese.
O estudo
A revisão sistemática foi realizada nas bases do PubMed, Medline, Embase, Cinahl e Cochrane com o acrônimo (ankle AND (salvage OR arthrodesis OR fusion OR reconstruction)) AND ((revision ankle arthroplasty) OR (revision ankle arthroplasty)). Foram excluídos artigos com menos de 12 meses de follow up, relatos de caso ou aqueles que avaliaram os resultados das cirurgias primárias juntamente com a revisão ou artrodeses.
Resultados
Seis trabalhos analisaram todas as causas de reoperações de artroplastias de revisão do tornozelo e 14 artigos analisaram os desfechos da conversão das artroplastias em artrodeses. Verificou-se que 26,9% (intervalo de confiança 95% (IC) 15,4% a 40,1%) das revisões de artroplastias do tornozelo e 13,0% (IC 95% 4,9% a 23,4%) das conversões em artrodeses exigiram intervenção cirúrgica adicional. Além disso, 14,4% (IC 95% 8,4% a 21,4%) das revisões de artroplastias do tornozelo e 8% (IC 95% 4% a 13%) das artrodeses após artroplastias falharam.
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Mensagem prática
A revisão da artroplastia total de tornozelo pode ser um procedimento eficaz com melhores resultados funcionais, mas tem riscos consideráveis de falha e reoperação, especialmente naqueles com infecção periprotética conjunta. Naqueles que passam por conversão da artroplastia em artrodese, existem altas taxas de pseudoartrose. Estudos comparativos adicionais são necessários para gerar maior evidência de diferenças entre ambas as técnicas cirúrgicas.
19 mar. 2024 
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