A doença de Dupuytren afeta a aponeurose palmar podendo progredir para contraturas que reduzem mobilidade das articulações da mão e geram perda de qualidade de vida dos pacientes. Não há consenso sobre qual seria o melhor tratamento para essa patologia.
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Novo estudo
Não há cura para a doença de Dupuytren e o tratamento para a ressecção das cordas que causam as contraturas pode ser feito com injeção de colagenase derivada de Clostridium histolytica, fasciotomia percutânea com agulha ou fasciectomia aberta limitada. Foi publicado recentemente na revista Hand um estudo com o objetivo de comparar a eficácia de cada um dos métodos de tratamento.
Métodos
Uma revisão sistemática foi conduzida após pesquisa nas bases de dados Medline, EMBASE e Web of Science. Foram selecionados ensaios clínicos randomizados comparando tratamentos para a doença de Dupuytren em adultos.
Resultados
Onze ensaios clínicos randomizados foram incluídos no estudo. A curto (uma a 12 semanas) e longo prazo (dois a cinco anos), a fasciectomia melhorou a liberação da contratura mais do que a colagenase e fasciotomia com agulha, inferida por um menor déficit de extensão passiva total. No entanto, não houve diferença entre os grupos em relação ao melhor resultado possível a qualquer momento do tratamento.
A fasciectomia também foi superior em termos de recorrência e satisfação do paciente em comparação com colagenase e fasciotomia com agulha, mas apenas em momentos posteriores. Não houve diferença nas complicações relacionadas a danos na pele e nos nervos após a fasciectomia em comparação com outras modalidades.
Conclusão
Apesar de ser um procedimento mais invasivo, a fasciectomia oferece vantagens superiores a longo prazo em termos de resultados do paciente quando comparado com colagenase e fasciotomia com agulha.
Mensagem prática
No Brasil, não possuímos a opção de colagenase por não ser liberada para uso no país. A fasciotomia por agulha também não conta com muitos simpatizantes por aqui. O fato de a fasciectomia ter menor chance de recidiva é um dos principais fatores pelos quais os cirurgiões optam por esse tipo de tratamento.