Os medicamentos podem causar danos ao esôfago por ação direta ou alterações sistêmicas. Vários medicamentos podem causar esofagite/úlcera medicamentosa, sendo os mais comumente relacionados os anti-inflamatórios não esteroidais, antibióticos e bisfosfonados.
Os principais sintomas correspondem a início agudo de odinofagia, disfagia, dor torácica e pirose. Esses geralmente se iniciam quatro a seis horas após a ingestão de um medicamento e podem durar até uma semana após suspensão.
O diagnóstico depende de uma história clínica detalhada, o que inclui avaliação de fatores de risco, como:
- Tempo de contato prolongado da medicação com a mucosa esofágica;
- Ingesta do medicamento com pequena quantidade de água ou sem água;
- Revestimento gelatinoso da medicação;
- Medicações de liberação esofágica;
- Doenças prévias do esôfago, principalmente distúrbios motores.
No geral, a endoscopia ajuda no diagnóstico e os achados típicos compreendem os seguintes:
- Úlceras planas, arredondadas, muitas vezes em pares em paredes contralaterais;
- No geral, ocorrem nos locais de estreitamento do órgão, predominando na área de constrição aortobrônquica.
- Podem conter restos de medicamentos no centro da úlcera.
O tratamento consiste na suspensão do medicamento sempre que possível. Quando não for possível, deve-se orientar cuidados na ingesta como tomar com quantidade adequada de água e manter posição de ortostase após a tomada. Além disso, prescreve-se agentes analgésicos simples, como dipirona e anestésicos locais, como lidocaína, associados a protetores de mucosa, incluindo sucralfato e inibidores de bomba protônica.
O paciente em questão apresentava sinais endoscópicos característicos desse tipo de lesão e ao ser questionado, relatou que o quadro teve início após ingestão de vitamina C com pouca quantidade água.