Risco de IAM entre pacientes com FA não-valvar em uso de anticoagulantes orais

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos. Sabemos que a prevalência de fibrilação atrial (FA) tende a aumentar junto com o envelhecimento populacional. Não é sem motivo, que nos últimos anos, a indústria farmacêutica vem investindo em desenvolver anticoagulantes orais (NOACs, na sigla em inglês) seguros e com não-inferioridade aos antagonistas de vitamina K (AVK), que têm …

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

Sabemos que a prevalência de fibrilação atrial (FA) tende a aumentar junto com o envelhecimento populacional. Não é sem motivo, que nos últimos anos, a indústria farmacêutica vem investindo em desenvolver anticoagulantes orais (NOACs, na sigla em inglês) seguros e com não-inferioridade aos antagonistas de vitamina K (AVK), que têm a varfarina como principal substância em uso aqui no Brasil.

Alguns estudos recentes sugeriram, em análises secundárias, que o risco de infarto agudo do miocárdio seria menor com alguns desses NOACs em comparação aos AVK. Sabemos também que os estudos costumam excluir pacientes mais idosos e frágeis. Para melhor avaliar o risco de IAM em pacientes com FA não-valvar em uso dos diferentes anticoagulantes orais, comparando os riscos entre estes e com os AVKs, um estudo envolvendo a população dinamarquesa e seu registro nacional de saúde foi desenvolvido e publicado no JACC recentemente.

Esse estudo envolveu pacientes de 2013 a 2016 com diagnóstico de FA, seja em consulta ambulatorial ou internação hospitalar, e virgens de tratamento com anticoagulantes orais (ACOs) e que receberam tal prescrição. Um total de 31.339 pacientes foram incluídos (mediana de idade 74 anos e 47% do sexo feminino).

  • Desfecho primário: primeiro episódio de hospitalização por IAM no primeiro ano de uso de ACOs;
  • Desfecho secundário: composto de IAM ou mortalidade por qualquer causa.

Dados de comorbidades foram analisados e usados para calcular o risco tromboembólico através do escore CHA2DS2-VASc (0 a 3).

  • Regime de ACO dos pacientes: 28% AVK x 27% apixaban x 23% dabigatrana x 22% rivaroxabana.

LEIA MAIS: NOACs em portadores de bioprótese valvar cardíaca com ou sem FA

Resultados

O grupo que recebeu Apixabana era o de faixa etária mais avançada e, junto com o da Rivaroxabana, de maior proporção de doentes com CHA2DS2-VASc maior ou igual a 3, ou seja, alto risco para eventos tromboembólicos.

O risco padronizado de IAM no 1º ano foi maior para AVK quando comparado aos NOACs: AVK 1.56% (95% IC:1.33% a 1.80%) x Apixabana 1.16% (95% IC: 0.94% a 1.39%) x Dabigatrana 1.20% (95% IC: 0.95% a 1.47%) x Rivaroxabana 1.07% (95% IC: 0.83% a 1.32%).

A maior diferença foi entre AVK e Rivaroxabana. A Menor, AVK e Dabigatrana. Não houve diferença significativa entre os NOACs.

Os resultados foram consistentes mesmo entre os pacientes coronariopatas quando do diagnóstico da FA.

Comentários

Os pontos fortes deste estudo envolvem a quantidade de pacientes (acima de 30000) e de um país com saúde pública e com um registro com informações confiáveis. Além disso, contou com pacientes com faixa etária mais avançada. Mas trata-se de uma coorte histórica, o que não permite inferir causalidade. E envolver a população de um único país também é um fator limitante. De toda forma, os resultados desta coorte histórica sugerem um menor risco de IAM em pacientes com FA não-valvar nos primeiros 12 meses após o início de NOACs quando comparados com AVK. Não parece haver diferença importante entre os NOACs.

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Referências:

  • Christina Ji-Young Lee, MD et al; Risk of Myocardial Infarction in Anticoagulated Patients With Atrial Fibrillation. JACC Volume 72, Issue 1, July 2018. DOI: 10.1016/j.jacc.2018.04.036

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