Saúde mental de profissionais de enfermagem na pandemia de coronavírus

A OMS constituiu um guia para orientar cuidados a saúde mental de diversos grupos, como profissionais de saúde, neste momento de pandemia de coronavírus.

Os profissionais mais importantes na assistência à saúde são os enfermeiros. Esses profissionais fazem toda a gerência da assistência, de pessoas, materiais, ou seja, promovem o cuidado em totalidade para as pessoas que necessitam. Nesse tempo em que vivemos uma profunda incerteza em todos os aspectos da vida, esses profissionais travam uma dura batalha contra um agente invisível que nos ameaça e nos mantém refém. Grandes são as modificações na sociedade, e enfermeiros e enfermeiras de todo mundo permanecem na luta diária pela vida.

enfermeira sentada no chão, com as mãos no rosto, por saúde mental afetada pelo coronavírus

Saúde mental durante coronavírus

A Organização Mundial da Saúde (OMS), em uso de suas atribuições, constituiu um guia para orientar cuidados a saúde mental de diversos grupos, incluindo profissionais de saúde. Para os trabalhadores da saúde, o estresse e a pressão de lidar com o ofício, acrescido do risco de adoecer, provocam severos problemas de saúde mental, aumentando o turnouver e a síndrome de burnout, além de gerar graves problemas como ansiedade e depressão.

Esses profissionais são um dos grupos de vulnerabilidade, já que o número de mortos entre profissionais da saúde causa preocupação para as autoridades.

A OMS orienta que os trabalhadores desse setor são pressionados com essa situação, sendo um sintoma normal, assim como o estresse associado, que muitas vezes paralisa, mas deve-se orientar o profissional que esses sentimentos são naturais, pelo momento que todos passamos, devendo esses profissionais receber apoio da gestão.

Por isso o gerenciamento da sua saúde mental é fundamental, seu bem-estar psicossocial nesse momento de crise torna-se fundamental.

Ouça também nosso podcast sobre o assunto, com uma psicóloga hospitalar!

Orientações à saúde mental dos profissionais

Cuide de você. Você é a pessoa mais importante no processo de cuidar. Lembre-se que se você não estiver bem, não poderá cuidar de outras pessoas. Lembre-se de fazer pausas e descansar entre os turnos de trabalho. Caso o serviço provoque necessidade de trabalhar mais horas, pela necessidade da crise, lembre-se de realizar mais pausas durante o período de plantão.

Tenha atenção com alimentos, mantendo uma dieta saudável, realize pausas para alimentação, assim como para descanso. Faça atividade física regular quando não estiver em ofício e mantenha contato com familiares e amigos por meio das redes sociais. Lembre-se de realizar o menor contato físico possível. Em caso de qualquer sintoma da doença, realize o imediato afastamento da sociedade e do ambiente de trabalho.

Os profissionais da enfermagem devem evitar formas errôneas de lidar com estresse, como utilização de álcool, tabaco, outras drogas, alimentos impróprios e alimentos ricos em açúcar. Essas condições levarão à piora do bem-estar físico e mental. Claro que essas recomendações servem para vida e não apenas para esse cenário, que é sem precedentes a qualquer outra situação vivida pela nossa faixa etária. Para os que possuem alguma experiência em situações de crise, busquem utilizar medidas já testada e aprovadas. Suas práticas de vida devem ser respeitadas, mas lembre-se de pensar em práticas onde não haja contatos.

Cuidado ao realizar visitas domiciliares ou procedimentos, só faça com os devidos equipamentos de proteção individua (EPIs). Não podemos deixar que a situação que enfrentamos fique pior. Utilize a tecnologia para se conectar com as pessoas, no atual cenário é a melhor forma e mais segura. Qualquer dúvida sobre a procedimento busque ajuda. Não realize qualquer cuidado em saúde se houver dúvidas quanto a sua proteção.

Os gestores podem ser grandes aliados, uma vez que recebem orientações diretas e atualizadas. Lembre-se sempre de confirmar as informações e observe as orientações do Ministério da Saúde. A insegurança pode comprometer sua saúde mental, atente-se.

Quanto à comunicação com as pessoas, seja sempre simples. Evite ruídos que possam causar repetições e excesso de mensagens. Muitas pessoas podem ter dificuldade de comunicação, por isso busque a comunicação escrita e oral, para gerar informações.

Busque orientações assertivas para pessoas que testarem positivo para Covid-19, oriente os recursos digitais possíveis. Lembre-se a tecnologia é uma aliada nesses tempos. Essas pessoas também vão precisar de apoio principalmente pelo isolamento social. Lembre-se que grupos podem ser criados entre profissionais e usuários do serviço por meio eletrônico. Esse dispositivo pode manter a assistência à saúde de muitas pessoas.

Burnout

Atente-se para os seguintes sinais e sintomas:

  1. Ansiedade e preocupação excessivas, ocorrendo de forma constante ou relacionado a eventos ou atividades específicas;
  2. Excesso de preocupação, apresenta preocupação na maior parte dos dias ou relacionado ao trabalho ou segurança;
  3. Apresenta inquietação ou sente-se no limite, sentindo cansaço ou fadiga na maior parte do dia;
  4. Dificuldade de concentração, irritabilidade e tensão muscular ou prazer diminuído de realizar as atividades;
  5. Possui alterações do sono, podendo ser hipersonia ou insônia;
  6. Preocupação ou ansiedade que causam sofrimento clinicamente significante que geram incapacidade de realizar atividades sociais;
  7. Aumento do uso de álcool e outras drogas;
  8. Possuir lentidão ou agitação fora do normal;
  9. Afastamento social ou afastamento familiar;
  10. Disfunção sexual ou problemas com relacionamento com o parceiro;
  11. Esgotamento profissional e problemas relativos ao ambiente de trabalho;
  12. Apresenta fragilidade emocional sem motivo aparente.

A síndrome de burnout é muito comum e pessoas que permanecem em locais de trabalho por longas horas, acompanhado de uma grande carga de trabalho. É compreendido por Silva et. al (2015), como um esgotamento profissional causado por uma síndrome psicológica decorrente da tensão emocional crônica vivida pelo trabalhador, associada a despersonalização e baixa realização pessoal. Essa doença pode ser uma realidade em ambiente de saúde, acrescida à importância aumentada pelo risco de adoecimento ou contaminação, excesso de trabalho em situação adversa, insegurança para realizar procedimentos diante da crise.

Outras doenças relacionadas à ansiedade são consideradas; as condições no local de trabalho podem gerar graves problemas de saúde da sociedade. Essas condições influenciam na saúde dos trabalhadores e podem gerar uma resposta negativa de adaptação do estresse. Conflitos psíquicos podem ser determinados o quê aumenta a necessidade de maior atenção com os sinais e sintomas de atenção à doença. Todos nós devemos nos proteger e não é somente do vírus em si, mas de suas graves consequências relativa ao isolamento, modificação das relações sociais e pessoais.

Fiquem atentos, monitorem-se e ajudem os outros profissionais de saúde. Criem espaços nos locais de trabalho que possam ser redutores de sinais e sintomas relacionados a ansiedade, depressão e tantas outras coisas anteriormente discutidas nesse texto. Vamos juntos superar essa que já é, a maior crise da saúde do século XXI.

Podemos vencer a Covid-19 e vamos trabalhar duro para isso. Por tanto, cuidem da saúde, pois é o bem mais preciso que temos. Com certeza a saúde dos enfermeiros é importantíssima para que se possa combater essa terrível pandemia.

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Referências bibliográficas:

  • ALVES, Verônica de Medeiros et al. Ideação suicida e avaliação do cronótipo em enfermeiros e policiais. MedicalExpress , 2015, vol.2, n.3. p-.
  • SILVA, Salvyana Carla Palmeira Sarmento et al. A síndrome de burnout em profissionais da Rede de Atenção Primária à Saúde de Aracaju, Brasil. Ciênc. saúde coletiva. 2015, vol.20, n.10, pp.3011-3020.
  • SILVA, Jorge Luiz Lima da et al. Fatores psicossociais e prevalência da síndrome de burnout entre trabalhadores de enfermagem intensivistas. Rev. bras. ter. intensiva. 2015, vol.27, n.2 pp.125-133.

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