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Evidências recentes sugerem que a exposição prolongada à sedativos (opioides e benzodiazepínicos) pode afetar negativamente o desenvolvimento neurológico de lactentes. Em estudo apresentado no encontro da Society for Neuroscience de 2017, pesquisadores investigaram essa hipótese.
Para essa análise, pesquisadores compararam nove bebês a termo com menos de 12 meses com 12 controles saudáveis do Boston Children’s Hospital, nos EUA. As drogas utilizadas para a sedação prolongada, que incluíram opioides (fentanil, morfina e metadona) e benzodiazepínicos (midazolam e lorazepam), foram quantificadas.
Os dois fármacos mais utilizados e em doses mais altas foram morfina e midazolam. A ressonância magnética dos lactentes que receberam sedação mostraram anormalidades no espaço extra axial, parênquima e/ou substâncias brancas que não estavam presentes nos controles.
Os dados mostraram uma relação positiva linear entre a quantidade de doses diárias de morfina (p=0.002) e midazolam (p=0.03) administradas e o número de anormalidades neurológicas. Em contrapartida, os pesquisadores não encontram correlação com o aumento do líquido cefalorraquidiano e diminuição dos volumes cerebrais.
Pelos achados, os pesquisadores concluíram que, em lactentes a termo com menos de 12 meses, a sedação prolongada com morfina e midazolam está significativamente associada a um aumento da incidência de achados neurológicos.
Veja também: ‘Quais práticas conduzem aos melhores resultados em crianças submetidas à sedação?’
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
Referências:
- Society for Neuroscience. Kilcoyne HW, et al “Correlation study of prolonged sedation and incidental MRI findings in full-term infants” SfN 2017; Disponível em: http://bir.brandeis.edu/bitstream/handle/10192/33792/KilcoyneThesis2017.pdf?sequence=1