Trabalhar por mais de 55h semanais está associado com maior risco de FA

Em um novo artigo, pesquisadores analisaram o risco de fibrilação atrial (FA) em indivíduos que trabalham por longas horas e em jornada padrão.

Em um novo artigo, publicado no European Heart Journal, pesquisadores analisaram o risco de fibrilação atrial (FA) em indivíduos que trabalham por longas horas (≥55h por semana) e em jornada padrão (35-40h por semana).

A população estudada foi formada por 85.494 trabalhadores (idade média de 43,4 anos) sem fibrilação atrial documentada. As horas de trabalho foram avaliadas no baseline (1991-2004). O acompanhamento médio da FA incidente foi de 10 anos e os casos foram definidos usando dados de eletrocardiogramas, registros hospitalares, registros de reembolso de medicamentos e atestados de óbito.

Os pesquisadores identificaram 1.061 novos casos de fibrilação atrial. Após o ajuste para idade, sexo, status socioeconômico e potenciais fatores de confusão, indivíduos que trabalhavam longas horas tiveram um risco 1,4 vezes maior de FA em comparação com os que tinham jornada padrão de trabalho (hazard ratio = 1,42, IC de 95% = 1,13-1,80, p = 0,003).

Pelos resultados, os pesquisadores concluíram que indivíduos que trabalham longas horas por semana são mais propensos a desenvolver fibrilação atrial do que aqueles que trabalham em jornada padrão.

A FA é a arritmia cardíaca mais comum e contribui para o desenvolvimento de vários desfechos adversos de saúde, como acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca e demência.

Veja também: ‘Chocolate diminui risco de fibrilação atrial?’

Médicos nesse cenário

O trabalho excessivo é uma característica da profissão médica, principalmente durante a Residência. A responsabilidade profissional associada às relações interpessoais (demais residentes, preceptores, pacientes, equipe de saúde), isolamento social, fadiga, privação do sono e inúmeros outros fatores criam um ambiente propício para alterações psicopatológicas e comportamentais, que variam desde um humor deprimido até a ideação suicida.

E como se preparar frente a todos esses problemas? Em seu livro “Residencia Médica: Estresse e crescimento”, o professor Luiz Antônio Nogueira Martins descreve 10 mandamentos do residente, que podem servir como guia para os jovens médicos:

I. Aproveite esse período da sua vida para aprender (a RM é a melhor forma de capacitação profissional em medicina);
II. Exija supervisão diuturna (a supervisão de profissionais experientes é a chave do sucesso da RM);
III. Faça uma lista diária das prioridades no trabalho (suprima tarefas importantes mas não essenciais);
IV. Não sobrecarregue sua agenda (adie alguns projetos e planos);
V. Lembre-se que o R1 é o período mais difícil e estressante (não assuma plantões fora durante o R1);
VI. Lembre-se que folga pós -plantão é para descansar e espairecer;
VII. Participe das atividades da COREME e das associações de residentes diretamente ou por meio de representantes eleitos;
VIII. Converse com os preceptores sobre as dificuldades que você está tendo e sobre o planejamento da carreira profissional;
IX. Procure se alimentar de forma saudável e faça atividades físicas;
X. Peça ajuda profissional se estiver se sentindo estressado, deprimido ou angustiado.

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Referências:

  • Mika Kivimäki, Solja T. Nyberg, G. David Batty, Ichiro Kawachi, Markus Jokela, Lars Alfredsson, Jakob B. Bjorner, Marianne Borritz, Hermann Burr, Nico Dragano, Eleonor I. Fransson, Katriina Heikkilä, Anders Knutsson, Markku Koskenvuo, Meena Kumari, Ida E.H. Madsen, Martin L. Nielsen, Maria Nordin, Tuula Oksanen, Jan H. Pejtersen, Jaana Pentti, Reiner Rugulies, Paula Salo, Martin J. Shipley, Sakari Suominen, Töres Theorell, Jussi Vahtera, Peter Westerholm, Hugo Westerlund, Andrew Steptoe, Archana Singh-Manoux, Mark Hamer, Jane E. Ferrie, Marianna Virtanen, Adam G. Tabak, for the IPD-Work consortium; Long working hours as a risk factor for atrial fibrillation: a multi-cohort study. Eur Heart J 2017 ehx324. doi: 10.1093/eurheartj/ehx324

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