A organização Mundial da saúde (OMS), no último mês fez um chamado de alerta a todos os países para intensificar os serviços de saúde e de apoio à saúde mental. De acordo com a instituição, estudos apontam que a prevalência de ansiedade e depressão teve um aumento de 25%. A pandemia desenvolveu uma pressão psíquica que tem relação com diversos fatores como: alterações das relações sociais, da condição econômica, nas relações afetivas, de lazer e da forma de trabalhar e estudar.
Além disso, o adoecimento e a morte foram constantes na vida de todos. Parece que o distanciamento social e incertezas diversas, relacionadas ao adoecimento e morte levaram pessoas a desenvolver diversas doenças psíquicas.
Diversas queixas foram observadas relacionadas às doenças psíquicas, vamos apontar algumas das queixas mais importantes trazidas na literatura.
São elas:
- Ansiedade.
- Medo.
- Tristeza.
- Anedonia.
- Sintomas depressivos diversos.
- Distúrbios do sono.
- Distúrbios alimentares, principalmente compulsão alimentar.
- Dificuldade de aprendizado.
- Pânico.
- Angústia.
- Abuso de álcool e outras drogas.
- Uso descontrolado de medicamentos.
- Estresse.
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O desenvolvimento de doenças psíquicas teve um aumento abrupto após o ano de 2020. Já no último ano pudemos verificar uma grande busca por atendimentos para cuidado da saúde psíquica. Entretanto, o número vem subindo agora que as pessoas começam a voltar as suas rotinas e percebem que algo mudou. Além disso, o medo e o isolamento dificultavam a busca pelo serviço de saúde. Os transtornos que mais aumentaram foram os relacionados à ansiedade e depressão. Podemos citar o transtorno de ansiedade generalizada, o transtorno compulsivo obsessivo e o transtorno do pânico com e sem agorafobia. Já em relação aos transtornos depressivos encontramos a distimia e a depressão maior, além de algumas síndromes depressivas leves.
Outros transtornos também vêm sendo referenciados na literatura, como transtorno de tique; transtornos causados por uso de games e telas; coronofobia; burnout em trabalhadores da saúde; TDAH em crianças; cutting ou automutilação; atrofia social e síndrome da gaiola. Esses são alguns dos problemas encontrados pelas equipes de saúde, mas diversos outros problemas podem estar por vir. O suicídio é outro problema que enfrentamos, sendo necessário capacitar as equipes para o atendimento e acolhimentos das pessoas com risco de suicídio ou que possuem um comportamento suicida, assim como maior vulnerabilidade.
Pós-crise
Os transtornos mentais têm sido tão comuns que têm sido referenciados como um dos sintomas pós-covid. Hoje chegamos no que especialistas diziam ser o pós-crise. Momento em que há certa reconstrução social e volta de hábitos e costumes comuns anterior a pandemia. No pós-crise, há a reconstrução social, que é um movimento importante, mas que pode gerar ansiedade e outros eventos da vulnerabilidade psíquica. No entanto, pessoas que adoeceram têm desenvolvido todos os transtornos mentais citados anteriormente mais de forma potencializada. Muitas vezes sintomas psicóticos aparecem no curso dos transtornos mentais em associação.
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Para pessoas que tiveram Covid-19 alguns sintomas têm sido estudados e que são mais comuns são: o esquecimento, acalculia, dificuldade de concentração e processos ansiosos e depressivos gerados por incertezas e medo que podem progressivamente causar grandes danos as pessoas. É nesse sentido que algumas medidas devem ser realizadas. O mais importante nesse contexto é que as pessoas busquem o serviço da saúde o mais rápido possível para logo iniciar o tratamento e conseguir identificar o adoecimento. Profissionais de saúde devem prever tais complicações nesse período e buscar minimizar os problemas de saúde da população, construindo novas formas de cuidado. Nunca foi tão necessária a promoção da saúde mental, como instrumento de cuidado e o reconhecimento de sintomas leves que podem complicar ao longo do tempo.