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A tuberculose (TB), é uma doença infecciosa que afeta principalmente o parênquima pulmonar, e geralmente é causada pela Mycobacterium tuberculosis.
Anamnese:
O enfermeiro deve coletar o histórico pessoal e familiar do indivíduo, tendo como foco os sinais e sintomas da doença e os hábitos do paciente.
- Doença pulmonar: As manifestações clássicas são tosse persistente (> 15 dias), febre vespertina, sudorese noturna e perda ponderal. A forma primária é mais comum em crianças, sendo frequentemente insidiosa.
A reativação pode ocorrer em qualquer idade, mas a incidência é maior em adolescentes e adultos jovens.
Os clientes idosos podem apresentar manifestações atípicas, como comportamento incomum ou transtorno do estado mental, febre, anorexia e perda de peso. Em geral, os clientes idosos exibem sintomas menos pronunciados do que os clientes mais jovens.
Os fatores de risco mais comuns são:
- Contato íntimo com alguém que apresenta TB ativa;
- Estado imunocomprometido (p. ex., indivíduos idosos, câncer, terapia com corticosteroides e HIV);
- Uso de drogas injetáveis e alcoolismo;
- Cuidado de saúde inadequado (p. ex., moradores de rua ou extremamente pobres, minorias, crianças e adultos jovens);
- Condições clínicas preexistentes, incluindo diabetes mellitus, insuficiência renal crônica, silicose e desnutrição;
- Imigração de países com alta prevalência de TB (p. ex., Haiti, Sudeste Asiático);
- Institucionalização (p. ex., instituições de cuidados prolongados, prisões);
- Condições de vida (i. e., em residência abaixo dos padrões e em condições aglomeradas);
- Ocupação (p. ex., profissionais de saúde, particularmente os que realizam atividades de alto risco).
Exame Físico:
Na doença pulmonar, o exame físico é, muitas vezes, inexpressivo. À ausculta pode haver redução do murmúrio vesicular com redução do frêmito toracovocal quando há derrame pleural e/ou pectoriloquia quando há consolidação parenquimatosa pulmonar.
Exames complementares devem ser solicitados:
- Teste cutâneo para TB (teste de Mantoux); teste QuantiFERON-TB Gold (QFT- G), teste QuantiFERON-TB Gold in-tube (QFT-GIT), teste para TB T-SPOT (T-Spot) e teste Xpert MTB/RIF;
- Radiografia de tórax;
- Esfregaço de escarro para bacilo álcool-acidorresistente (BAAR), seguido de cultura se o esfregaço for positivo;
- Outras avaliações, incluindo história completa e exame físico e suscetibilidade a medicamentos, se os resultados forem positivos.
Terapia Farmacológica:
As diretrizes recomendadas de tratamento para casos recém-diagnosticados de TB pulmonar têm duas fases: uma fase de tratamento inicial (medicamentos administrados diariamente durante 8 semanas) e uma fase de continuação (um período adicional de 4 a 7 meses).
- O tratamento da fase inicial consiste em um esquema diário de múltiplos medicamentos com agentes de primeira linha e vitamina B6. A fase de continuação do tratamento inclui isoniazida (INH) e rifampicina ou INH e rifapentina
- Os medicamentos de primeira linha incluem INH, rifampicina, pirazinamida (PZA) e etambutol, diariamente, durante 8 semanas e com continuação por um período de 4 a 7 meses. Dispõe-se de combinações como INH e rifampicina, ou INH, PZA e rifampicina, e medicamentos administrados 2 vezes/semana (p. ex., rifapentina) para ajudar a melhorar a adesão do cliente ao tratamento; entretanto, essas combinações têm custo elevado
- Os medicamentos de segunda linha incluem capreomicina, etionamida e ciclosserina
- A INH também é usada como medida profilática para indivíduos que correm risco de TB.
Diagnósticos de Enfermagem:
- Nutrição Desequilibrada: menor do que as necessidades corporais;
- Déficit de conhecimento;
- Conhecimento deficiente sobre o regime terapêutico;
- Dor aguda;
- Ansiedade;
- Intolerância a atividade a ser realizada pelo paciente;
- Padrão respiratório comprometido;
- Troca de gases prejudicada;
- Hipertermia;
- Mobilidade física prejudicada (dor);
- Fadiga;
- Controle de medicamentos;
- Risco de Infecção.
Intervenções de Enfermagem:
- Monitoração nutricional;
- Controle nutricional;
- Ensino: dieta prescrita;
- Melhora da Educação em Saúde;
- Ensino: indivíduo;
- Ensino: processo da doença;
- Educação em saúde;
- Controle da dor;
- Administração de medicamentos;
- Redução da Ansiedade;
- Apoio Emocional;
- Toque terapêutico;
- Monitorização dos sinais vitais;
- Oxigenoterapia;
- Assistência Ventilatória;
- Cuidados com o repouso no leito;
- Controle de medicamentos;
- Tratamento da febre;
- Controle do ambiente;
Resultados Esperados:
- Conhecimento: comportamento da saúde;
- Promoção da saúde;
- Cuidados na doença;
- Melhora do padrão respiratório
- Controle da dor;
- Nível de desconforto;
- Tolerância a atividade;
- Nível de Fadiga;
- Conservação de energia;
- Repouso;
- Resposta à ventilação mecânica;
- Estado respiratório: permeabilidade das vias aéreas;
- Controle de riscos comunitários: doenças contagiosas.
Monitoramento da resposta ao tratamento:
- BAAR de escarro mensal: se BAAR positivo no final do segundo mês de tratamento ou se voltar a positivar após negativação, solicitar cultura para teste de sensibilidade.
- Avaliação clínico-laboratorial mensal, focando evolução da doença e possíveis efeitos colaterais.
Referências:
- BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde: Recurso eletrônico. 1ª edição atual. Brasília, 2016.
- BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de recomendações para controle da tuberculose no Brasil. Brasília, 2011.
- Brunner & Suddarth, Manual de enfermagem médico-cirúrgica / revisão técnica Sonia Regina de Souza; tradução Patricia Lydie Voeux. – 13. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
- TANNURE, M. C.; GONÇALVES, A. M. P.. Sistematização da Assistência de Enfermagem: guia prático. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
- CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução COFEN nº 358/2009. Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem [Internet].
- DUNCAN BB, SCHMIDT MI, GIULIANI ERJ. Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
- RIO DE JANEIRO. Secretaria Municipal de Saúde. Tuberculose. 1ª ed. Rio de Janeiro: SMS, 2016.
- JOHNSON, M.; BULECHEK, G.; BUTCHER H.; DOCHTERMAN, J.M., MAAS M. Ligações entre: NANDA, NOC e NIC: Diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem. 3. ed. Porto Alegre: Artmed; 2013.
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