O Ministério da Saúde disponibilizou a vacina da influenza (gripe) para todas as faixas etárias no dia 5 de junho. A medida somente é válida enquanto durar o estoque de 10 milhões de doses disponíveis. Até o dia 2 de junho, somente 41,3 milhões de brasileiros dentro do público-alvo tinham se vacinado contra a gripe no país, pouco mais da metade da população estimada. O único estado que atingiu a meta até este momento foi o Amapá, com 95,6% do público-alvo vacinado.
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Até o fechamento desta matéria, nenhum grupo prioritário tinha atingido a meta de vacinação. A campanha foi prorrogada com o objetivo de alcançar a meta que, neste ano, é de 90%. A vacina protege contra os três subtipos do vírus da gripe determinados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para 2022: A/H1N1; A/H3N2 e influenza B.
Importância da imunização
“Conseguir uma cobertura adequada é fundamental para maximizar a capacidade benéfica da vacinação tanto a nível individual quanto coletivo. Além de reduzir os riscos de adoecimento, a vacinação de uma ampla proporção de pessoas reduz a circulação viral e, por consequência, a transmissão e a ocorrência e/ou manutenção de surtos. A realização de campanhas visa a conseguir alcançar a maior quantidade possível de pessoas, em geral priorizando os com maior risco de doença grave ou de complicações, como gestantes, idosos e crianças, e os mais expostos ou suscetíveis, como os profissionais de saúde ou pessoas privadas de liberdade”, ressaltou a infectologista do Hospital Clementino Fraga Filho e colunista da PEBMED, Isabel Cristina Melo Mendes, colunista da PEBMED, em entrevista ao portal.
Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza.
Além de proteger a população contra a influenza e a pneumonia, o imunizante também reduz as chances de efeitos graves da Covid-19, como constatou um amplo estudo realizado por pesquisadores da Escola de Medicina de Miami.
Foram reunidos e analisados dados de 75 mil pacientes com a doença nos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália, Israel e Singapura. Os voluntários foram divididos em dois grupos imunizados com a vacina da gripe e os que não receberam o imunizante.
A análise mostrou que aqueles que não receberam a vacina da gripe tinham 20% mais chances de irem para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), 30% mais riscos de desenvolver trombose venosa profunda, 45% mais risco de infecção generalizada e 58% mais propensos a ter um acidente vascular cerebral (AVC).