Meu nome é Paulo Roberto Boeira Fuculo Júnior, nome tão grande, quanto as minhas perspectivas na área da enfermagem.
Estudei a minha vida toda em escola pública, cresci ouvindo os meus pais e a minha família, com baixa escolaridade, me dizerem que eu deveria estudar, pois era assim que eu teria melhores oportunidades na vida. Sempre fui um aluno dedicado, com boas notas e com muitos sonhos para o futuro.
Quando finalizei o ensino médio, em 2012, ingressei no curso de Ciências Biológicas, na Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), onde permaneci dois anos, até trocar para o curso de enfermagem. Sentia muita necessidade de lidar com as pessoas, de cuidar da saúde e acima de tudo, promover a mesma.
Foi assim, que em 2014 comecei a cursar enfermagem na mesma universidade, onde no primeiro semestre de ingresso, iniciei atividades como bolsista de um projeto de extensão, com a temática de queimaduras, que até hoje me fascina e que segue sendo minha linha de pesquisa.
Na graduação, continuei sendo um aluno muito aplicado, tinha gosto de participar de projetos de extensão, pesquisa e ensino, entendendo que essa tríade forma um bom enfermeiro. Durante toda a faculdade fui bolsista, fiz estágios extracurriculares, publiquei artigos científicos, participei de eventos e ganhei algumas premiações, fato que me fez ficar mais próximo do meu segundo sonho: cursar o mestrado acadêmico na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que possui um dos melhores programas de pós-graduação do Brasil.
Me formei em enfermagem e embora minha família quisesse muito que eu continuasse por perto, decidi ir trabalhar na assistência, pois penso que teoria e prática devem estar muito bem articuladas, sendo assim, fui morar em Blumenau, onde atuei como enfermeiro assistencial. Após cinco meses trabalhando, passei no tão sonhado mestrado e me mudei para Florianópolis para cursá-lo. O tão sonhado mestrado chegou e com ele muitas oportunidades.
Outro grande sonho era ser professor, e não é que ele se realizou tão rápido? Comecei a dar aula para o curso de técnico de enfermagem, ainda no mestrado. E não parou por aí, finalizando o curso, fui convidado para dar aula em uma Instituição de Ensino Superior (IES) e em paralelo, eu ingressei no doutorado em enfermagem, na UFSC, onde ainda curso o segundo ano.
Hoje, sou enfermeiro em um hospital de Balneário Camboriú, professor do curso de graduação em enfermagem, doutorando em enfermagem pela UFSC, criador de conteúdo do Nursebook, na área de dermatologia e um pequeno empresário, atuando na avaliação, tratamento de lesões e aplicação de laser.
Uma frase que ouvi em um filme, que me marcou muito, é “um dia todo mundo deveria ser aplaudido de pé”, é isso aconteceu. A sensação de olhar para o meu caminho, ainda no início, afinal eu tenho três anos de formado, é recompensante.
O que eu diria para os meus alunos e outros ingressos e estudantes do curso de enfermagem? Estude, aproveite TODAS as oportunidades, se interesse, esclareça todas as dúvidas, crie grupos de estudos, discuta as questões e casos com os colegas, não tenha medo de fazer e acontecer, se permita, de o seu melhor.
Se orgulhe do curso que escolheu, honre o nome da enfermagem, mostre que a enfermagem tem força, tem valor, tem teoria e prática baseada em evidência (ciência), tenha conhecimento e demonstre-o. E por fim, quando ouvir aquele comentário pejorativo de um familiar/amigo/ vizinho “você é enfermeiro, vai limpar bunda”, sorria e responda “TAMBÉM vou, pois a higiene é uma necessidade humana básica, faz parte do bem-estar e da integridade humana. Mas acima disso, vou exercer cuidado, realizar prevenção, tratar a dor e devolver a saúde, e quando isso não for possível, vou manter a dignidade do ser humano até o último suspiro”.
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