Whitebook – Linfadenomegalia na pediatria

As linfadenomegalias são muito frequentes na pediatria e quase sempre consistem em respostas passageiras a infecções benignas. 

O que é importante saber sobre a apresentação clínica de linfadenomegalia? É o que você confere no conteúdo desta semana do Whitebook Clinical Decision. As linfadenomegalias são muito frequentes na pediatria e, quase sempre, consistem em respostas passageiras a infecções benignas.

Os linfonodos são unidades anatômicas encapsuladas, estruturalmente organizadas e distribuídas ao longo dos vasos linfáticos. Ao aumento dos linfonodos, que pode ser localizado ou disseminado, damos o nome de linfadenomegalia ou linfonodomegalia:

  • Linfadenite: linfonodos que, além de aumentados, apresentam sinais inflamatórios, como rubor e calor;
  • Linfadenite aguda: o desenvolvimento se dá em poucos dias;
  • Linfadenite subaguda/crônica: o desenvolvimento se dá em semanas a meses;
  • Linfadenopatia generalizada: acometimento de duas ou mais cadeias de linfonodos não contíguos.

O aumento linfonodal deve-se a um dos seguintes fatores: proliferação de linfócitos e histiócitos (estímulo antigênico ou transformação maligna); infiltração de células extrínsecas; depósito de material dentro dos histiócitos do linfonodo (em doenças de depósito); ingurgitamento vascular e edema local; e supuração devido a necrose tecidual.

Pontos de atenção na apresentação clínica

Durante a anamnese, alguns pontos são importantes de serem levados em consideração para o diagnóstico da condição na pediatria. São eles:

  • Duração da lesão linfonodal, bem como modificações no padrão da linfonodomegalia ao longo do tempo;
  • Presença ou não de sintomas sistêmicos: febre, perda de peso, cansaço, sudorese noturna e prurido;
  • História de viagem recente e contato com animais;
  • Estado vacinal;
  • Exposição a pessoas doentes ou uso de algumas medicações (fenitoína, carbamazepina e outros);
  • História de imunodeficiência ou doença de base.

Já no exame físico dos linfonodos, é válido verificar:

1. Tamanho dos linfonodos: o tamanho normal dos linfonodos depende da idade do paciente e da localização do linfonodo.

    • Neonatos: até 1 cm de diâmetro em todas as localizações;
    • > 1 mês: até 1 cm de diâmetro, exceto na região epitroclear (até 0,5 cm de diâmetro) e na região inguinal (até 1,5 cm de diâmetro);
    • Linfonodos supraclaviculares de qualquer tamanho estão associados a alto risco de malignidade. Da mesma forma, linfonodos epitrocleares são considerados patológicos na pediatria, podendo ser causados por doenças infecciosas ou malignidade;

2. Palpação de linfonodos: a avaliação deverá contemplar todas as cadeias de linfonodos, incluindo palpação de fígado e baço. Após isso, classificar em adenopatia localizada ou disseminada. A localizada é quando até duas cadeias contíguas são acometidas. Já a disseminada diz respeito ao aumento dos linfonodos em cadeias não contíguas, acima e abaixo do diafragma, frequentemente associado a hepato e/ou esplenomegalia;

3. Características dos linfonodos:

    • Reacionais: elásticos, móveis, indolores, não maiores do que 2 ou 3 cm;
    • Neoplásicos: duros, pouco dolorosos, aderidos a planos profundos, coalescentes com outros linfonodos, podendo gerar massa > 4 cm;
    • Processo bacteriano: dolorosos, com sinais flogísticos, pouco aderido a planos profundos, frequentemente únicos. Pode existir supuração com flutuação ou fistulização;
    • Importante ao final do exame correlacionar o linfonodo acometido com lesões e patologias na sua área de drenagem. Localização supraclavicular merece atenção para doenças do abdome (supraclavicular esquerdo) e do tórax (supraclavicular direito).

Por fim, no exame físico geral, também avaliar a presença de:

  • Desnutrição ou perda de peso;
  • Infecções no couro cabeludo;
  • Hiperemia conjuntival;
  • Obstruções nasais;
  • Alterações dentárias;
  • Faringite;
  • Massas abdominais;
  • Hepatoesplenomegalia;
  • Lesões cutâneas localizadas;
  • Exantemas.

Quer saber mais? Se você é médico, estudante de medicina ou profissional da área da saúde, conheça já o Whitebook Clinical Decision e aprimore seus conhecimentos para a prática clínica.

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