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Um dos fármacos mais utilizados na prática clínica, a furosemida, um potente diurético de alça, é motivo de vários mitos científicos. Frequentemente, nos deparamos com dúvidas relacionadas à sua utilização. Nesse cenário, o artigo 10 myths about frusemide foi publicado na Intensive Care Medicine, em 2014. O assunto é sempre interessante e vale a pena ver de novo esse clássico artigo!
A seguir, em parceria com a nefrologia, preparamos um bate-bola rápido com os principais mitos abordados no artigo e uma rápida explanação sobre cada um.
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Além de mito, é um medo.
Se usada de modo adequado, pode até melhorar a função renal!
Fluidos em associação com furosemida não “abrem” o rim. Use essa combinação apenas para “lavar” eletrólitos em pacientes euvolêmicos. Ex: hipercalcemia, hipercalemia e etc.
Furosemida é indicada na IRA.
Em pacientes hipervolêmicos e com lesão renal, cogite até aumentar a dose!
Em IRA KDIGO 1 e 2, use-a para o teste de estresse!
Nem sempre aumentar a quantidade de urina significa “ativar” a função renal.
Lembre-se que temos pacientes com doença renal crônica (DRC) em hemodiálise (HD) que urinam três litros por dia!
Não temos evidência científica suficiente para generalizar este conceito na prática clínica.
Cogite usar em doença renal crônica com hipoalbuminemia.
O que sabemos é que 95% da furosemida anda grudada com a albumina.
Em bomba, parece aumentar a quantidade de urina mas não alterou mortalidade, tempo de internação e função renal.
Dicas: use da forma que você tenha mais familiaridade. Reduza gastos. Leia o estudo DOSE.
Pode até atrasar um pouco o início da hemodiálise, mas em pacientes com lesão renal severa (KDIGO 3), a evolução para terapia renal substitutiva será inevitável.
Em pacientes anúricos, acumularemos apenas efeitos colaterais (ototoxicidade).
Dica: faça um teste, não respondeu, não insista na terapia.
Ter diurese não significa ter um bom clearance.
Lembre-se novamente: muitos pacientes na diálise urinam litros!
O aumento da creatinina é esperado e, em alguns casos, pode significar menor evolução para diálise e desmame do ventilador mais rapidamente. Leia o estudo FACTT.
*Este artigo foi desenvolvido em parceria com o Dr. Felipe Seabra, nefrologista do Hospital Universitário Presidente Dutra (São Luís-MA).
Referências bibliográficas:
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