Modulação intestinal e o bem-estar físico e mental

Entenda a relação entre o intestino e a saúde mental e saiba como probióticos e hábitos alimentares saudáveis podem influenciar.

Este conteúdo foi produzido pela PEBMED em parceria com Cellera Farma de acordo com a Política Editorial e de Publicidade do Portal PEBMED.

O conhecimento sobre a microbiota intestinal e o seu impacto em diversos órgãos e sistemas está cada vez mais disseminado.  Sabe-se que, na última década, a microbiota intestinal se tornou um componente expressivo para regulação dos processos cerebrais e do comportamento através do reconhecimento do eixo cérebro-intestino.  Diversas vias imunes, metabólicas, neuronais ou resultantes de metabólitos de micro-organismos emergem como possíveis caminhos pelos quais essa conexão se estabelece, sendo algumas dessas vias propensas à modulação intestinal1.

Estudos pré-clínicos avaliaram e apresentaram robustos resultados sobre a influência da microbiota no sistema nervoso central (SNC) e na regulação do humor, reforçando a relação entre o intestino e a saúde mental. Os estudos realizados em animais provaram que o aumento da permeabilidade intestinal está relacionado a sintomas depressivos. Por outro lado, o uso de probióticos pode atuar na barreira intestinal, restabelecendo as junções celulares e melhorando a integridade intestinal, além de reduzir a resposta do corpo ao estresse, aumentando o nível de serotonina e a expressão de receptores GABA (ácido γ-aminobutírico) no SNC.  Nesse contexto, surge a possibilidade de modular a microbiota intestinal através de hábitos alimentares saudáveis e também a partir do uso dos probióticos, para melhora do bem-estar físico e mental dos pacientes2,3,4.

Compreender a influência da dieta e da microbiota intestinal no comportamento emocional e nos processos neurológicos é parte da estratégia terapêutica. Nossa atual compreensão e capacidade de tratamento efetivo dos agravos de saúde mental são insuficientes, visto que cerca de 15 a 20% das pessoas experimentarão distúrbios de saúde mental em algum momento da vida, e cerca de 30 a 40% desses pacientes não responderão às terapias farmacológicas ou psicológicas convencionais. Nesse contexto, estratégias relacionadas à modulação intestinal surgem como ferramentas adjuvantes no tratamento, visando a melhora da qualidade de vida3,5.

Foi encontrada deficiência de vários micronutrientes em pessoas com depressão ou com risco aumentado de depressão, incluindo zinco, magnésio, selênio, ferro e vitaminas D, B-12, B-6, E e folato. Acredita-se que a deficiência desses micronutrientes possam afetar o risco de depressão por meio de efeitos na produção e atividade de neurotransmissores como a serotonina, sinalização glutamatérgica ou por meio do estresse inflamatório e oxidativo. Dessa forma, uma dieta rica em frutas e vegetais, os quais têm maiores quantidades desses micronutrientes, melhoraria a qualidade de saúde mental e sensação de bem-estar5.

Já sobre a suplementação probiótica, o uso de Lactobacillus rhamnosus GG (LGG) está relacionado a melhora da função cognitiva e, logo, de saúde mental em alguns pacientes. E isso se dá devido a atuação no eixo intestino-cérebro-microbioma, envolvendo uma sinalização bidirecional por meio de ácidos biliares, metabólitos e respostas imunes, além de reduzirem citocinas inflamatórias. Esses meios de sinalização foram associados a uma ampla gama de distúrbios neurodegenerativos e alterações comportamentais.  Pessoas com comprometimento cognitivo que receberam suplementação probiótica de LGG apresentaram melhora em testes neuropsicológicos. Esses achados devem ser replicados em amostras clínicas maiores, incluindo pessoas com condições neurodegenerativas e neuropsiquiátricas diagnosticadas, por se tratar de uma abordagem de baixo risco e bom custo-benefício na promoção de saúde física e mental5,6.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
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