Aplicação clínica de probióticos, prebióticos e posbióticos em pediatria

Confira as principais novidades apresentadas no LASPGHAN 2023 sobre o uso de probióticos, prebióticos e posbióticos em pediatria.

Este conteúdo foi produzido pela PEBMED em parceria com Cellera Farma de acordo com a Política Editorial e de Publicidade do Portal PEBMED.

De 25 a 28 de outubro de 2023, no Rio de Janeiro, aconteceu o XXIV Congresso Latinoamericano e XV Congresso Iberoamericano de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrição Pediátrica, organizado pela Sociedade Latino-Americana de Gastroenterologia Pediátrica, Hepatologia e Nutrição (LASPGHAN). Um dos grandes destaques da programação do evento foi a atualização sobre a microbiota intestinal e uso de probióticos, inclusive tema de um dos cursos pré-congresso – Probiotics, Prebiotics, Postbiotics In Pediatrics – Workshop On Clinical Application. Veja os destaques desta oficina!

Definições de acordo com a International Scientific Association for Probiotics and Prebiotics (ISAPP)

  • Probióticos: microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro.
  • Prebióticos: substratos utilizados seletivamente por microrganismos da microbiota intestinal conferindo benefícios à saúde, como inulina, frutooligossacarídeos (FOS), galactooligossacarídeos (GOS), oligossacarídeos do leite humano (HMO) e lactulose.
  • Simbióticos: uma mistura de probiótico(s) + prebiótico(s) trabalhando para alcançar um ou mais benefícios à saúde (cada um trabalha de forma independente).
  • Posbiótico: preparação de microrganismos inanimados e/ou seus componentes, que confere benefício à saúde do hospedeiro.

Dentro desse tema, um assunto que recebeu atenção especial foi a diarreia aguda relacionada ao uso de antibióticos e nosocomial.

Seguem as principais recomendações sobre o uso de probióticos nessas condições, baseadas no último Guideline da European Society for Paediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition (ESPGHAN), discutidas no congresso:

 Diarreia aguda

  • Lactobacillus rhamnosus GG (LGG) (em uma dose de ≥1010 UFC/dia, por 5–7 dias).
  • Saccharomyces (S) boulardii (na dose de 250–750mg/dia, por 5–7 dias).
  • Limosilactobacillus reuteri ( reuteri) DSM 17938 (em doses diárias de 1×108 a 4×108 UFC, por 5 dias).
  • L rhamnosus 19070-2 e L reuteri DSM 12246 (na dose de 2×1010 UFC para cada cepa, por 5 dias).

Probióticos NÃO recomendados pela ESPGHAN na diarreia aguda:

  • Combinação de Lactobacillus helveticus R0052 e L rhamnosus
  • Cepas de Bacillus clausii O/C, SIN, N/R e T.

Diarreia associada ao uso de antibióticos

  • Prevenção: podem ser recomendadas altas doses (≥5 bilhões de UFC/dia) de Lactobacillus rhamnosus GG (LGG) ou Saccharomyces boulardii iniciados simultaneamente com o antibiótico.

Diarreia nosocomial

  • Prevenção: pode ser recomendado o Lactobacillus rhamnosus GG (LGG) (pelo menos 109 UFC/dia) durante a internação hospitalar.
  • Não se recomenda o Lactobacillus reuteri DSM 17938 devido à falta de evidências.

Disbiose associada ao uso de antibióticos

Uma complicação comum do uso de antibióticos é o desenvolvimento de doenças gastrointestinais, variando desde uma diarreia leve à colite pseudomembranosa por Clostridioides difficile. A diarreia associada ao uso de antibióticos (DAA) ocorre em associação à administração de antibióticos, durante o tratamento e em até oito semanas após o término da antibioticoterapia. A DAA ocorre em 5 a 35% dos pacientes que usam antibióticos e varia dependendo do tipo específico de antibiótico, da saúde do hospedeiro e da exposição a patógenos. O uso de amoxicilina com clavulanato leva a alterações substanciais da microbiota intestinal em indivíduos saudáveis. No caso da infecção por Clostridioides difficile, os fatores de risco mais significativos são: ampicilina, amoxicilina, cefalosporinas, clindamicina e fluoroquinolonas.

Todos os palestrantes, em um momento de retirada de dúvidas, destacaram que, quando indicado, é importante começar o probiótico (LGG ou S. boulardii) logo no início da antibioticoterapia e manter até completar pelo menos 30 dias.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.