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A síndrome coronariana aguda (SCA) é uma das principais causas de atendimento na emergência e o principal desafio do médico é identificar o risco dos pacientes: quando baixo, para poder liberá-los e dar seguimento ambulatorial; quando alto, para internar e estratificar.
A troponina é uma ferramenta extremamente útil nesse processo, pois identifica precocemente os pacientes de alto risco. Contudo, com o advento dos kits ultrassensíveis (US), um novo problema apareceu: causas não coronarianas de aumento da troponina. Um estudo recente publicado na NEJM validou uma nova ferramenta que objetiva melhorar o uso da troponina-US para diagnóstico e prognóstico das SCA.
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A ferramenta foi denominada de COMPASS-MI e é baseada em uma pesquisa com 15 centros e 11 coortes prospectivas, incluindo 22.651 pacientes atendidos com SCA sem supraST. A população tinha idade média de 62 anos, sendo 60% homens, 18% com DM e 24% com IAM prévio. Cerca de 15% dos pacientes apresentaram IAM sem supraST e os demais angina instável e causas não coronarianas.
O que o estudo mostrou?
O valor inicial da troponina-US e sua variação (relativa e percentual) num intervalo de 1 a 6 horas tem alto valor preditivo para o diagnóstico de IAM e prognóstico (sobrevida). Desse modo, os pesquisadores criaram uma calculadora online, disponível neste link, que divide os pacientes em alto ou baixo risco de IAM e/ou morte nos próximos 30 dias.
O que falta na prática?
Validar a ferramenta em novas populações e saber se o uso dela na tomada de decisão vai melhorar o desfecho dos pacientes em comparação com os protocolos já existentes.
Referências:
- https://compass-mi.com/
- https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1803377